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Antes da chegada de europeus ao atual Ceará, viviam naquela região índios Tupis (Tabajaras e Potiguares) e Cariris.
Há relatos de historiadores de que, antes de Pedro Álvares Cabral chegar ao Brasil, espanhóis já tinham estado no território que hoje conhecemos como Ceará, seus nomes eram Diogo Lepe e Vicente Pinzón. Pinzón foi o primeiro a chegar, desembarcou onde hoje seria o município de Icapuí e Lepe teria desembarcado em Fortaleza. Dado o tratado de Tordesilhas (1494) estas descobertas não puderam ser oficializadas.
A ocupação portuguesa tem início no ano de 1603, sob o comando de Pero Coelho de Souza que, ao chegar, construiu o Forte de São Tiago. Anos depois, em 1612, Martins Soares Moreno anexa oficialmente o Estado do Ceará, construindo o Forte de São Sebastião, erguido sobre as ruínas do primeiro Forte.
No ano de 1637, chegam àquela localidade os holandeses. Estes foram expulsos pelos índios em 1644. Mas, em 1649, os holandeses retornaram e construíram um Forte (Shoonenborch) às margens do rio Pagéu (onde seria erguida a cidade de Fortaleza. O comandante português Álvaro de Azevedo Barreto foi o responsável pela expulsão efetiva dos holandeses no ano de 1654.
A partir de 1680, o Ceará tornou-se capitania subalterna de Pernambuco, desligando-se do Maranhão. O Forte holandês teve seu nome mudado para Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, local a partir do qual surgiria a vila que daria início ao município de Fortaleza, fundado em abril de 1726. Foi só no fim do século XVIII que (17 de janeiro de 1799) que a capitania do Ceará alcançou autonomia. Em 1823, D. Pedro I elevou a vila à condição de província, e com a proclamação da república (1889) tornou-se o atual Estado do Ceará.
O Ceará foi o primeiro estado brasileiro a libertar os escravos (25 de março de 1884 - quatro anos antes da Lei Áurea), fato que lhe rendeu o cognome de Terra da Luz, título dado por José do Patrocínio.
No final do século XIX, devido à seca, um grande número de cearenses foge em direção à Amazônia em busca de trabalho nos seringais.
Em 1914, um grupo de jagunços, apoiados pelo padre Cícero Romão Batista, líder político-religioso da região do Cariri, dirigem-se à capital do Estado e depõe o governador indicado pelo Governo Federal.
Nos anos 40 e 50 do século passado, o Governo Federal construiu uma série de açudes no Ceará, a fim de melhorar a vida dos sertanejos que, em função da seca, não podiam plantar pra comer, criar gado e tinham de deixar suas terras para sobreviver em outros estados.
Muitos fortalezenses vêm descobrindo, nos últimos anos, o prazer de vivenciar a cidade. Em meio a esse sentimento crescente de pertencimento, resgatar a história da Capital, que completa 290 anos na próxima quarta-feira (13), pode ajudar a entender sua configuração atual e mostrar caminhos de como o futuro pode ser planejado.
A Fortaleza que conhecemos hoje começou a se formar em 1654, em torno do forte Nossa Senhora de Assunção, após os holandeses serem expulsos e, somente em 1726, tornou-se uma vila. O historiador e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sebastião Ponte, explica que a cidade virou a capital do Estado apenas em 1923.
Até 1923, Fortaleza era pouco desenvolvida, pois ficava longe das áreas produtoras da província e os produtos não eram exportados. Na época, até meados do século XIX, Aracati, Icó e Sobral eram os principais centros urbanos do Ceará. “Até aquele período, o perímetro central de Fortaleza mal chegava aos limites do que é hoje as avenidas do Imperador, Duque de Caxias e D. Manoel”, diz o docente.
Já o processo de modernização da Capital começou por volta de 1860, quando houve uma grande exportação de algodão através do porto de Fortaleza e não mais por Aracati, Camocim e Acaraú. O dinheiro conquistado com o algodão foi investido para melhorar a infraestrutura de Fortaleza que ganhou equipamentos e serviços modernos para a época.
“Comerciantes fortalezenses enriqueceram com os negócios do algodão, construíram mansões e sobrados que a cidade ainda não tinha e fundaram os primeiros clubes elegantes da urbe. A cidade ganhou equipamentos e serviços urbanos modernos como bondes, telefone, telégrafo, calçamento, cafés afrancesados, mercado de ferro importado da França, asilo para loucos, Santa Casa, fábricas, lojas refinadas, Passeio Público, praças remodeladas, cinema, eletricidade, automóveis e teatro”, esclarece Sebastião Ponte.
O jornalista e historiador Miguel Angelo de Azevedo, o Nirez, explica que o primeiro plano que mexeu radicalmente com Fortaleza foi feito por Adolfo Herbster em meados do ano de 1864. Na época, três estradas saiam de Messejana, Caucaia e da Parangaba e chegavam à Praça do Ferreira.
O plano de Adolfo transformou os traçados das ruas da cidade em xadrez como é até hoje e dissolveu as vias existentes. “Quando o Adolfo criou tipo xadrez, esses quadrados como hoje é, a estrada que vinha de Caucaia morreu na Praça São Sebastião. A de Messejana chegou ao Parque da Liberdade e se dissolveu. A que vinha da Parangaba também, chegava ali nas caixas d´água”, conta Nirez.
Fortaleza de belle époque:
A euforia europeia, principalmente da França, influenciou a Fortaleza do fim do século XIX para início do século XX. Foi neste período, denominado de belle époque, que ocorreram mudanças urbanas e urbanísticas que remodelaram a cidade e afetaram o modo tanto de viver como de sentir da população.
O docente da UFC revela que esta época caracterizou um momento no qual uma nova ordem sócio urbana surgia. Esta, segundo ele, era elitista, excludente, civilizatória e normatizadora e se assemelhava às mudanças que muitas capitais brasileiras passaram. “Elitista e excludente porque só houve belle époque para as elites e seu raio de ação circunscreveu-se às áreas em que essas elites moravam/trabalhavam/divertiam-se; esses belos tempos não contemplam a maioria da população, muito pelo contrário”, explica.
Sebastião Ponte diz ainda que essas alterações datadas da belle époque se estendem até os dias atuais, porque a cidade continua social e urbanamente desigual.
“Esse conjunto de novos valores e padrões sociais, comportamentais e urbanos foi o início da modernização de Fortaleza que chega até nossos dias. Basicamente, a cidade continua social e urbanamente desigual: há áreas nobres habitadas por ricos e classes médias altas dotadas de serviços públicos com bom funcionamento e com equipamentos de primeiro mundo, e há muitas áreas com baixa qualidade de vida, pois assoladas por precários níveis de moradia, saúde, lazer e saneamento”, pondera.
Bairros que contam a história da Capital:
Os limites territoriais da Fortaleza de antigamente são muito parecidos com os de hoje. Segundo o historiador Nirez, o que ocorreu ao longo dos anos foi o desmembramento dos bairros e a anexação de Messejana e Parangaba, que inicialmente eram cidades, depois foram transformadas em distritos, até virarem bairros.
Conforme Nirez, no início do século XX existia um grande problema com o lado oeste do Riacho Pajeú e a Capital crescia e se desenvolvia no lado leste do riacho. Nesta região, tinha o Outeiro da Prainha, que é onde fica o Seminário da Prainha e o Centro Cultural Dragão do Mar. Naquela época, era um local populoso, com pequenas indústrias e alguns comércios.
Já a Praia de Iracema começou a ser desenvolvida a partir dos anos de 1920. De acordo com o historiador, antes desta data, o bairro era habitado por pescadores que tinham suas casas. “Eles não tomavam banho de mar, iam vender na cidade o pescado. Passamos a descobrir o mar no fim da década de 20”, conta.
Com o passar dos anos, Nirez revela que começaram a ser construídas pontes sobre o Riacho Pajeú e o outro lado começou a se desenvolver. Ele diz que o bairro e a Avenida Santos Dumont nasceram com a construção de um colégio que veio depois a ser ocupado pelo prédio do Colégio Militar. “A partir da década de 1930, o bairro Santos Dumont passou a ser chamado de Aldeiota, uma pequena aldeia. Depois, os ricos foram para lá e tiraram o i, virando Aldeota”, afirma.
História de Fortaleza:
Em relação aos bairros considerados nobres de Fortaleza, o primeiro deles foi o Jacarecanga, por volta de 1910. Nirez conta que a chegada das indústrias tornou a zona poluída. O segundo bairro que atraiu os ricos foi o Benfica. “Aqui tudo é moda, até hoje é assim, e quando surgiu a Avenida Santos Dumont eles passaram a fazer daquele lado, porque recebia o vento do mar, não tinha poluição e eles começaram a se mudar do Jacarecanga para a Aldeota”, revela.
A Aldeota chegou ao topo da procura dos mais ricos de Fortaleza por volta dos anos de 1940 e 1950. Neste período, a capital cearense tinha grandes avenidas como Tristão Gonçalves, Imperador, Dom Manuel e Duque de Caxias. Segundo Nirez, a cidade só ia até a Domingos Olímpio que era bem estreita e, depois de lá, não tinha luz e era de areia.
Já o Bairro de Fátima tem uma história curiosa. Tudo começou quando o prefeito, em 1948, Acrísio Moreira da Rocha fez um acordo com o empresário Eugênio Porto, que era proprietário de terrenos que iam da Rua Joaquim Magalhães até a 13 de Maio. A prefeitura se comprometeu a colocar calçamentos e fio de pedra e em troca o empresário venderia os terrenos.
Quando construíram a Avenida 13 de Maio a elite de Fortaleza começou a fazer casas na região. A via foi ficando famosa e um cidadão, identificado como Pergentino Ferreira, que tinha um terreno, segundo Nirez, relativamente grande, doou uma quadra para a construção da Igreja de Fátima e do Colégio Santo Tomás de Aquino. O historiador afirma que ele queria valorizar a região e foi assim que o bairro, chamado anteriormente de Redenção, virou Bairro de Fátima.
“Tinha vindo aqui uma imagem da Nossa Senhora de Fátima Peregrina. Eles fizeram procissão e tudo. Baseado nisso o Pergentino Ferreira doou a quadra para ser feito a Igreja e o colégio. A partir daí, o bairro tomou o nome de Fátima”, revela.
O historiador também contou que o aeroporto de Fortaleza foi cotado para ser construído onde hoje é a Praça Portugal. Com a desistência de se fazer o terminal na região, foi construída a Avenida Desembargador Moreira. Já a praça foi planejada por volta de 1949 e inaugurada em meados de 1960.
Com o decorrer dos anos, a população começou a ir mais adiante e chegou ao Papicu e à Água Fria. De acordo com o historiador, a região era toda salina. “Washington Soares foi um cidadão importante que construiu uma escola, uma igreja e muitas casas para os funcionários dele, uma espécie de lugarejo”, diz.
Preservar o passado e olhar o futuro:
Praça do Ferreira já sofreu inúmeras modificações ao longo do tempo Foto: Fabiane de Paula
O crescimento de Fortaleza não foi organizado, para Nirez, já que muito da Capital foi ocupada por uma população que veio do Interior do Estado e se alojou na borda da cidade de forma desorganizada. Devido a essa constituição do município ter sido por pessoas de fora, o historiador acredita que a ideia de preservar a cidade é muito nova e que os jovens atuais é que buscam ter esse cuidado com a Capital.
“Minha ideia é a seguinte: Fortaleza é uma cidade formada por pessoas do Interior. Gente de família de Fortaleza mesmo é raríssimo. Vieram do Interior por conta da maldita seca. Quem deixa tudo para trás não vai querer bem a cidade. O que ela queria bem ficou para trás”, argumenta.
Já para o arquiteto e urbanista Fausto Nilo, Fortaleza teve um processo de crescimento frouxo que é comum às cidades em tempos modernos. Essa dispersão, para ele, ajuda a produzir um processo de grande desigualdade e acessibilidade física. Para o futuro, no entanto, uma iniciativa da Prefeitura busca elaborar um plano que vai guiar o crescimento de Fortaleza.
O projeto denominado de Fortaleza 2040 é um plano de desenvolvimento urbanístico, econômico e social que irá orientar as ações públicas e privadas na Capital nos próximos 25 anos. É uma iniciativa da Prefeitura com apoio da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura da Universidade Federal do Ceará (UFC). A ideia é que se gere um Plano Mestre Urbanístico, um Plano de Mobilidade e um Plano de Desenvolvimento Econômico e Social para a Capital com estratégias a serem implementadas em curto, médio e longo prazo.
Um dos arquitetos participantes do projeto, Fausto Nilo explica que as reformas urbanas demandam aplicação entre 25 e 30 anos. No caso de Fortaleza, o plano deve ser executado em 25 anos e conta com a participação popular. Ele afirma que é necessário que a sociedade participe para que os governantes que virão não descartem o que foi elaborado.
“É necessário demais que a sociedade participe, será a maneira que a cidade deverá crescer. Se ela participa, ela toma o projeto como seu e exige dos governantes que virão. Se ela não participa, isso é engavetado, não tem continuidade. A pior coisa, o que uma cidade mais reclama, se ela fosse um bicho ficava uivando, é que você a entenda e a planeje de maneira não sistêmica. Isso é a pior coisa que pode existir em uma cidade, fragmentos, só emergência”.
O urbanista ressalta que o primeiro desafio é superar o governo apenas para emergência, já que o projeto é um “que vai fazer para depois”. Outra superação é produzir uma cidade acessível, sem diferenças para nenhum grupo, de maneira democraticamente acessível e mostrando que esse crescimento tem mais benefícios, mais resultados e é mais barato.
“Ou seja, não vou fazer acessibilidade boa só na Água Fria ou na Aldeota. Todos têm que ser incluídos e precisa ser viável, isso é o grande desafio para o urbanista. Não é só uma coisa poética, um desejo de justiça social vago. É um projeto e, portanto, ele precisa ser realizado. Temos que cuidar da base econômica, tem um grupo encarregado disso dentro do projeto que nos alimenta nesses momentos de decisão, e há também um estudo permanente de viabilidade. Todas as decisões do plano 2040 são estimadas no seu custo”, explica.
Um dos exemplos que o Fortaleza 2040 deve prever é o Centro de Fortaleza. A ideia, segundo Fausto Nilo, é reabilitar a região, sem acabar com o comércio, e desmotorizar o local. Com isso, têm as lojas e se cria vida noturna, além de ser possível inserir a administração pública.
Fortaleza:
No Estoril hoje funciona um bar que tem muito sucesso Foto: Fabiane de Paula
“Nós vamos criar comunidades periféricas ao Centro, incluindo a face norte da orla, integrando ao Marina Park Hotel, integrando uma futura marina com estacionamento de barcos, hotelaria de qualidade, conexões por elevadores públicos da parte baixa para a alta, passeio público, escola de hotelaria, novo desenvolvimento de prédio”, esclarece.
Para desmotorizar o Centro, o arquiteto afirma que é preciso fazer a oferta confortável de vários grupos de mobilidade na periferia do Centro, que receberá as pessoas que chegam de automóvel, mas não circularão no miolo. “Ai você deixa seu carro e desce no máximo a 300 metros para qualquer destino, a partir, por exemplo, do uso do metrô Sul, do Leste, que será construído, do sistema de bonde, que vai conectar a Praia de Iracema”, diz.
Localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, a 25 km da capital cearense, Eusébio foi criado em 19 de junho de 1987. Com uma população estimada em 46 mil habitantes (Censo 2010 – IBGE), o município, cujo nome homenageia o abolicionista Eusébio de Queiroz, tem uma área de 79 km².
Com localização privilegiada, Eusébio tem acesso pelas BRs 116 e 222, pelo anel viário e pela CE-040. O município se destaca no setor industrial, que representa 62,37% da economia local, com mais de 3 mil empresas, sendo 150 indústrias de grande porte instaladas nos seus três pólos industriais (2 no bairro Jabuti/Pedras, onde está localizada a Fábrica Fortaleza) e um na área central (Grande Sede). Os setores de serviços e de agropecuária completam o quadro econômico local, respondendo, respectivamente, por 36,75% e 0,88% do total.
Referência pelo 2° lugar no Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM), aferido pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Eusébio também ocupa posição de destaque nos indicadores sociais: é o 16° município do Ceará no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os números fazem de Eusébio uma das localidades mais atrativas para a construção civil, setor que concentra, hoje, na cidade, a construção de mais de 200 condomínios.
Eusébio conta, ainda, com duas importantes datas no calendário cultural, responsáveis pela movimentação do comércio local e atração de turistas. A Paixão de Cristo já é a maior do Ceará, com elenco de 480 atores e público estimado em 14 mil pessoas nos dois dias de apresentação. Os festejos de junho, que também marcam as comemorações pela emancipação política do município, também já são conhecidos e esperados: em sete dias de shows de forró e apresentações de quadrilhas juninas, eusebienses e moradores de cidades vizinhas se reúnem na Praça do Pólo de Lazer.
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