Imóveis para alugar em São Gonçalo
Quem é do fora do estado do Rio de Janeiro pode confundir facilmente o município de São Gonçalo, pois existem algumas matérias negativas em relação a segurança pública local.
Mas na verdade e cidade é bem desenvolvida, cheia de histórias e com excelente infraestrutura.
Preparamos um apanhado geral sobre a cidade, que está pertinho da capital carioca o município do Rio de Janeiro e assim torna-se extremante importante para quem trabalha na capital.
Quem mora em São Gonçalo também desfruta dessa proximidade física com uma das cidades mais conhecidas no mundo, pois o desenvolvimento urbano acaba transbordando para as cidades circunvizinhas.
Se você deseja morar em São Gonçalo, saiba que os bairros com mais imóveis para aluguel e venda são, respectivamente:
O bairro Maria Paula, o Alcântara, o Rio do Ouro, no Centro, em Sete Pontes, na Nova Cidade, em Raul Veiga, no Paraíso, em Laranjal, no Venda da Cruz, em especial no Colubandê, no Santa Luzia, em Gebara, no Neves, por fim em Bom Retiro.
Saiba tudo sobre todo o município e veja também: Imóveis para alugar Sete Pontes, São Gonçalo:
O município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, tem investido na mudança socioeconômica da região e por isso é hoje uma das principais cidades do Estado.
A proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, da qual distam apenas 20 km e a ligação com outros municípios, fazem de São Gonçalo um ponto estratégico para negócios, além de passagem, quase obrigatória, para as áreas turísticas do Estado, como a Região dos Lagos, e as culturais, como a cidade do Rio de Janeiro e a cidade de Niterói.
Com uma área total de 248,4 km² (correspondentes a 5% da área da Região Metropolitana do Rio de Janeiro), e uma população de 999.728 habitantes.
O município de São Gonçalo encontra-se no lado oriental da Baía de Guanabara – chamado também de leste Guanabarino – e é atravessado por três grandes vias de acesso:
RJ-106 (estrada litorânea – direção Região dos Lagos Fluminenses), RJ-104 (indo até Magé em direção as cidades serranas) e BR-101.
Limita-se ao Norte, com Itaboraí e a Baía da Guanabara. Ao Sul, com Maricá e Niterói. A Leste, com Itaboraí e Maricá a Oeste, com a Baía de Guanabara e Niterói.
Seu clima é ameno e seco, variando entre a temperatura máxima anual de 33º e a mínima de 12º.
Seu ponto culminante é o Alto do Gaia com 500m, na serra de Itaitindiba.
A Pedra do Guaia fica na latitude 22º 52” 03.31’ Sul e longitude 42º 53’ 08.95” Oeste.
A cidade de São Gonçalo é dividida por cinco distritos, que totalizam uma área de 248km²; são eles:
1º Distrito: São Gonçalo (sede)
- Delimitado pelos rios Imboaçú e Alcântara, este distrito deu origem a dois outros a partir de seu desmembramento; o primeiro, em 1920, resultou na criação do distrito de Neves, e o segundo, em 1938, na criação do distrito de Monjolos.
Enquanto sede do município, foi denominado como “Vila” durante muitos anos, até que em 28 de janeiro de 1944, passou à 1º Distrito pelo Decreto-Lei Estadual 1.063.
2º Distrito: Ipiíba
- O referido distrito significa, em tupi, “planta de aipim”.
Marcado pela atividade agrícola tradicional, tem como origem a freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Cordeiro, criada pela Lei 311, de 4 de abril de 1844 e incorporada à São Gonçalo em 22 de setembro de 1890.
No ano de 1911, a freguesia passou a ser chamada de Cordeiro apenas, e de Cordeiros a partir de março de 1938.
Em dezembro do mesmo ano, o Decreto-Lei Estadual 641 altera o nome para José Mariano.
E por fim, através do Decreto-Lei Estadual 1.056, de 31 de dezembro de 1943, assume o corrente nome: Ipiíba (que se torna segundo distrito através do Decreto-Lei Estadual 1.063, de 28 de janeiro de 1944.
3º Distrito: Monjolos
- Seu nome remete a árvore que há em abundância no local (monjolo). O distrito foi criado pelo Decreto-Lei Estadual 641, em 15 de dezembro de 1938, após o desmembramento do Distrito de São Gonçalo, e passa à 3º distrito através do Decreto-Lei Estadual 1063, de 28 de janeiro de 1944.
Componente deste distrito, o bairro Jardim Catarina é atualmente como o maior loteamento da América Latina.
4º Distrito: Neves
- Este importante distrito forma o corredor viário que liga os acessos às cidades de Niterói e Rio de Janeiro à São Gonçalo.
Foi criado através do Decreto-Lei Estadual 1.679, de 20 de dezembro de 1920, após o desmembramento do Distrito de São Gonçalo (sede), sendo designado como 4º Distrito pelo Decreto – Lei Estadual1.063, de 28 de janeiro de 1944.
Sua história é marcada por movimentação econômica, tendo em vista que Neves era o centro comercial de São Gonçalo; em seu porto era recebida a produção agrícola do município, que em seguida era transportada para o Rio de Janeiro.
Inicialmente o transporte era feito por terra em burros de carga e cargueiros de bois, e por mar, em pequenos barcos.
Porém, na metade do século XX, com a introdução do bondinho, Neves intensifica ainda mais suas atividades comerciais e industriais, impulsionando assim sua expansão.
5º Distrito: Sete Pontes
- Durante a Guerra Brasil Paraguai, um engenheiro francês ficou responsável por construir no local uma ponte. Ao falar dela usava o termo francês “cette pont”, que significa “esta ponte”.
Porém a população incorporou a forma como o termo era entendido, passando assim a denominar o futuro distrito de “Sete Pontes”.
O local foi designado como 5º Distrito através do Decreto-Lei Estadual 1063, de 28 de janeiro de 1944.
Bem como o Distrito de Neves, o 5º Distrito compõe o corredor viário que nos liga ao Rio de Janeiro e à Niterói.
Vale destacar que a ponte construída, “Ponte Paraguai”, foi a primeira de concreto armado na América Latina.
Quanto à quantidade de equipamentos urbanos São Gonçalo apresenta 09 agências de correios (localizadas nos seguintes bairros:
Alcântara (2), Arsenal, Barro Vermelho, Mutuá, Neves, Porto Novo, Rocha e Zé Garoto), 03 cinemas, 02 teatros e 01 biblioteca pública.
Principais atrações turísticas da região:
Fazenda Itaitindiba- construída em 1687.
Alto do Guaiá - (Pedra do Guaiá)
Praia da Luz
Praia da Beira
Praia de São João
Ilha de Jaturnaiba
Ilha de Itaoca
Ilha do Tavares (conhecidamente popularmente como ilha do Pontal)
Fazenda do Columbandê- construída em 1620.
Capela de Nossa Senhora da Luz - construída no século 17.
Gruta Azul
APA de Guapimirim
Serra de Itaúna
Piscinão de São Gonçalo.
Praça Esthefânia de Carvalho (conhecida popularmente como Praça do Zé Garoto).
A História de São Gonçalo:
A região onde está situado o município era primitivamente habitada por índios tamoios que foram surpreendidos pelos primeiros conquistadores, portugueses e franceses.
São Gonçalo foi fundado em 6 de abril de 1579 pelo colonizador Gonçalo Gonçalves.
Seu desmembramento, iniciado no final do século XVI, foi efetuado pelos jesuítas, que instalaram uma fazenda na zona conhecida como Colubandê no começo do século XVII, às margens da atual rodovia RJ-104.
Em 1646, foi alçada à categoria de paróquia, já que, segundo registros da época, a localidade-sede ocupava uma área de 52 km², com cerca de seis mil habitantes, sendo transformada em freguesia.
Visando à facilidade de comunicação, a sede da sesmaria foi posteriormente transferida para as margens do rio Imboaçu, onde foi construída uma capela, monumento atualmente restaurado.
O conjunto de marcos históricos remanescentes do século XVII inclui a fazenda Nossa Senhora da Boa Esperança, em Ipiíba, a propriedade do capitão Miguel Frias de Vasconcelos, no Engenho Pequeno, a capela de São João, o porto do Gradim e a Fazenda da Luz, em Itaóca; todas lembranças do passado colonial de São Gonçalo.
No século XVIII, o progresso econômico atingiria proporções maiores e, ao lado das fazendas, não eram poucos os engenhos de açúcar e aguardente, da mesma forma que prosperavam as lavouras de mandioca, feijão, milho e arroz.
O comércio desenvolvia-se na mesma proporção das atividades agrícolas, e as dezenas de barcos de transporte de gêneros e passageiros davam maior movimento ao litoral, em constante intercâmbio com outros portos das diversas freguesias e com os do Rio de Janeiro.
Em 22 de setembro de 1890, o Distrito de São Gonçalo é emancipado politicamente e desmembrado de Niterói, através do decreto estadual nº 124.
Em 1892, o decreto nº 1, de 8 de maio, suprime o município de São Gonçalo, reincorporando-o a Niterói pelo breve período de sete meses, sendo restaurado pelo decreto nº 34, de 7 de dezembro do mesmo ano.
Em 1922, o decreto 1797 concede-lhe novamente foros de cidade, revogada no em 1923, fazendo a cidade baixar à categoria de vila.
Finalmente, em 1929, a Lei nº 2335, de 27 de dezembro, concede a categoria de cidade a todos as sedes do município.
A partir de então (1929), o Município de São Gonçalo, inicia, de forma mais tranquila, sua trajetória rumo ao progresso e ao sucesso.
Em 1943, ocorre nova divisão territorial no Estado do Rio de Janeiro e desta vez, São Gonçalo perde o Distrito de Itaipú para o município de Niterói, restando-lhe apenas cinco distritos, quais sejam:
São Gonçalo (sede), Ipiíba, Monjolo, Neves e Sete Pontes que permanecem até os dias atuais.
Neste mesmo período, décadas de 40 e 50, inicia-se a instalação, em grande escala, de grandes fábricas e indústrias em São Gonçalo.
Seu parque industrial era o mais importante do Estado, o que lhe valeu o apelido de Manchester Fluminense (uma referência à cidade de Manchester, na Inglaterra, caracterizada pelo seu grande desenvolvimento industrial).
- O DESENVOLVIMENTO DE SÃO GONÇALO:
São Gonçalo teve sua ocupação originária em consequência do processo brasileiro de surgimentos de núcleos iniciais, ligados aos ciclos econômicos em que se desdobra a história do Brasil.
Engenhos de açúcar, associados à lavoura de milho e criação de gado, e exploração de minérios explicam as ocupações (europeias) em núcleos iniciais, apesar de ter a Coroa Portuguesa (governo) dividido o Brasil em Capitanias Hereditárias.
As Capitanias, por sua vez eram divididas em Sesmarias. Pertencíamos a Capitania de São Vicente e a nossa Sesmaria ganhou o nome de São Gonçalo.
No século XVIII, a capela de São João, no Porto do Gradim e a Fazenda da Luz na ilha de Itaóca são lembranças de um passado colonial em São Gonçalo onde predominava um modelo primário exportador que beneficiava as zonas portuárias da então cidade do Rio de Janeiro.
Neste século a freguesia de Itaipú às margens das lagoas de Itaipú e Piratininga completava a expansão de São Gonçalo.
Em São Gonçalo, cerca de 30 engenhos operavam em 1860. Portos como o de Guaxindiba, Boaçú, Porto Novo, Porto Velho e Porto de São Gonçalo viveram dias de grande movimentação e hoje passam à história do município, dando nomes a bairros da cidade na atualidade.
Desta época, as Fazendas do Engenho Novo e Jacaré (1800), ambas de propriedade do Barão de São Gonçalo, o Cemitério de Pachecos (1842) e a propriedade do Conde Beaurepaire Rohan na Covanca (1820).
Neste século então se inicia a difusão da produção cafeeira e ela é responsável pelo povoamento do planalto fluminense. Algumas mudas de café chegaram ao Brasil, vindo da Guiana Francesa.
O primeiro lugar a ser plantado café foi São Gonçalo, porém o plantio não vingou devido ao tipo do solo; apesar disso o cultivo do café se expandiu pela Serra do Mar, indo em direção a terras mineiras e paulistas.
Tivemos em nossas terras uma fraca expansão cafeeira, mas a experiência nos trouxe benefícios, como a ampla construção de ferrovias, o que facilitou o escoamento e o recebimento de produtos.
O trecho da ferrovia Porto das Caixas (em Itaboraí – cidade vizinha) até o Distrito de Neves em São Gonçalo foi o responsável pela formação de aglomerações humanas e vilas que utilizavam as estações de Guaxindiba, São Gonçalo e Porto da Madama.
Em 1890, o distrito de São Gonçalo, correspondendo às primitivas freguesias, é desmembrado de Niterói. Em 1895, inaugura-se uma ferrovia que fazia o trajeto de São Gonçalo (Neves) a Cidade vizinha de Maricá.
Eram duas as estradas de ferro que possuíamos nesta época: Leopoldina e Maricá.
Os dois vetores ferroviários acima mencionados definiram e foram responsáveis pelo seu desenho urbano de ocupação observado na cidade, que se inicia em torno das estações dos trens e segue por suas margens.
Posteriormente houve um processo de ocupação urbana nas proximidades das estradas que cortam a cidade.
Atualmente a cidade cresce mais amplamente em todas as direções.
O primeiro vetor ferroviário, que se iniciava em Niterói (RFFSA – Rede Ferroviária Fluminense Sociedade Anônima) se estendeu na direção da região serrana e o vetor São Gonçalo (1ª Estação em Neves) Marica se desenvolve quase paralelo ao interior, ate encontrar o Rio Guaxindiba e deste segue em direção do vale do rio Aldeia em direção sul, deixando o município na altura da Serra do Calaboca, no caminho da região dos lagos Fluminenses ou Baixada Litorânea.
A partir de 1929 passaram a fazer parte da cidade os pitorescos bondes a vapor. Pequenos trens da “Tramway Rail fluminense”, que faziam o trecho de Neves a Alcântara.
Por curto período, na década de 1930, um novo produto agrícola para exportação aparece em São Gonçalo e outras cidades: a citricultura (laranjas e limões).
No período da II Guerra Mundial (1939-1945) São Gonçalo cresce de forma meteórica. Suas grandes fazendas vão aos poucos sendo desmembradas em sítios, chácaras e terrenos de uso urbano e nos tornamos solo fértil para o desenvolvimento.
No governo de Joaquim de Almeida Lavoura, o município teve sua grande arrancada para a urbanização com o calçamento e asfaltamento das principais vias que atualmente ligam Niterói à Alcântara.
PRIMEIROS BAIRROS DE SÃO GONÇALO:
São Gonçalo possui atualmente 92 bairros e outros tantos sub-bairros, originados, em sua maioria, a partir do loteamento de terras que outrora foram fazendas, sítios ou chácaras.
Jaime dos Santos Figueiredo foi um dos primeiros a realizar o loteamento das terras; seu empreendimento deu origem ao que hoje é o bairro Paraíso.
Segue abaixo um breve resumo sobre o surgimento de alguns dos principais bairros de São Gonçalo¹.
*Barro Vermelho:
A região onde originalmente o bairro foi fundado possuía um barro de cor avermelhada, muito utilizado na produção de tijolos e telhas; ali foi construída um olaria que explorava a potencialidade local.
*Brasilândia:
Esse local foi inicialmente uma fazenda. Seu dono, Alberto Paiva, a vendeu para Sr. Coimbra, que a loteou para a construção de casas populares.
O bairro, construído por José Rodrigues Amoreim, foi fundado em 20 de maio de 1945, data em que a Pedra Fundamental foi colocada.
Seus primeiros logradouros foram rua Minas Gerais, rua Rio Grande do Norte e rua Santa Catarina, onde havia 48 casas.
*Camarão
Sua ocupação inicial foi iniciada após o loteamento das terras do Sr. Alfredo Camarão, realizado por suas filhas Luiza e Ana Camarão.
No ano de 1950 mais de 300 lotes foram colocados a venda pela Imobiliária São Gonçalo.
No passado as terras em que foi fundado o bairro faziam limite com a propriedade dos Srs. Ismael Branco e Amilce Branco; atualmente seus limites são as ruas Rodrigues da Fonseca, Zélio de Morais, Capitão João Manoel, e rua Abílio José de Mattos.
*Covanca:
o que antes era conhecido como Estrada do Pião, recebeu o nome de Covanca pela forma do seu terreno (covanca significa “terreno cercado de morros com apenas uma entrada natural”).
O primeiro tipo de ocupação foi uma vila, com cerca de 20 casas, próxima ao casarão da fazenda Covanca, propriedade da família Beaurepaire Rohan.
A vila foi construída a mando da própria família e tempos depois passou a ser chamada Avenida Aragão.
*Engenho Pequeno:
Esse bairro, rico em fontes naturais e recursos minerais, recebeu este nome devido à existência do engenho da propriedade do Sr. João de Araújo Caldeira, a Fazenda do Engenho.
*Galo Branco:
Exatamente como o bairro Zé Garoto, a história deste bairro está associada ao sucesso e popularidade de um comerciante local.
O fazendeiro em questão, do qual não se sabe o nome, foi um dos primeiros proprietários e moradores da região; possuía um comércio na rua São Pedro em Niterói, a “Casa de Ferragens Galo Branco”.
Para se chegar à localidade, conhecida atualmente como Chumbada, seus vizinhos passaram a usar sua porteira como ponto de referência, que ficou conhecida por eles como Homem do Galo Branco.
O comerciante por sua vez resolveu colocar na porteira a estátua de um galo de louça na cor branca, objeto que virou referência para aqueles que almejavam chegar a sua fazenda ou que seguiam para propriedades vizinhas. Assim surgiu o bairro Galo Branco.
*Gradim:
Bem no início da história do município foi construído na localidade um porto pesqueiro.
Muito concorrido, o Porto da Ponte, que ficava próximo ao Porto de Neves, possuía um intenso comércio, fruto da frequente presença de barcos pesqueiros que ali atracavam para deixar a pesca.
*Guaxindiba:
Esse nome de bairro tem como origem o rio Guaxindiba, o principal rio da cidade de São Gonçalo.
A localidade recebeu seu nome ainda no século XVII.
O processo de ocupação do futuro bairro veio com a instalação da Fábrica de Cimento Portland, em 1933, numa área que hoje pertence ao bairro Bom Retiro.
*Jockey (Jóquei):
A intrigante história do bairro está atrelada ao Jockey Club de São Gonçalo.
Após sua construção a localidade foi rapidamente habitada e recebeu muitas melhorias.
Com o fechamento do Jockey, findaram as melhorias, mas os moradores permaneceram no local e mantiveram o nome da localidade e futuro bairro.
*Jurumenha:
O Dr. Antônio Pinheiro M. L. Jurumenha era um dos proprietários da fazenda que deu origem ao bairro.
A propriedade, que possuía duas olarias e realizava também a exploração de rocha para extração de pedra britada, foi loteada, e seus empregados a ocuparam.
A ocupação foi então iniciada na parte baixa, em meados do século XX.
Durante a década de 90, com o avanço das invasões, foi loteada também a parte alta da antiga fazenda – boa parte do seu morro, que faz parte dos bairros Santa Catarina e Parada 40, ainda está preservada.
*Parada 40:
Esse nome tem influência do uso de um meio de transporte comum na cidade durante muitos anos: o bonde.
Contando a partir do ponto de saída (Niterói), o passageiro tinha um total de 40 paradas (pontos) exatamente naquela localidade, daí o nome “Parada 40”.
*Porto da Madama:
Em terras do atual bairro havia um porto muito importante responsável pelo recebimento da lenha proveniente do município de Cachoeiras de Macacu.
O ilustre comerciante Paulo José Leroux, que morava próximo ao porto, teve como colaboradora a avó, Maria Margarida Bazim Desmarest.
Muito popular na comunidade, a avó do comerciante era chamada de Madama (como os brasileiros entendiam a pronúncia francesa).
O porto passou então a se chamar “Porto da Madama”; quando fundado, o bairro que compreendia esta localidade assim foi chamado também.
*Porto da Pedra e Porto Velho:
Foi surgimento de ambos os bairros está relacionado aos portos que as localidades abrigavam.
Estes portos, abastecidos por burros de carga e cargueiro de bois, levavam a produção agrícola até os barcos que neles atracavam.
*Monjolos:
Esse local tem em abundância um tipo de vegetal chamado monjolo.
*Trindade:
O local surgiu após o loteamento da Fazenda Santíssima Trindade, que data de 11 de dezembro de 1951.
A proprietária, D. Leonor Corrêa e seus filhos foram os responsáveis pelo loteamento, realizado através da Imobiliária Trindade, que pertencia a seus herdeiros.
*Venda da Cruz:
Essa área do bairro foi definida a partir da junção das terras dos Beaurepaire Rohan, do Tenente Juvenal Jardim (Tenente Jardim), da Baronesa de Goitacazes e do comerciante Antônio Cruz.
A Fazenda Paraíso, propriedade do Conde de Beaurepaire, é considerada ainda hoje um marco da fundação do bairro; ali nasceram seus filhos, em especial o Visconde Henrique Pedro Carlos de Beaurepairre Rohan.
Uma das versões que justificam o nome conferido ao bairro fala de uma grande cruz que foi incrustada no Morro do Cruzeiro.
*Rio do Ouro:
O crescente surgimento de bairros ao longo das margens de vias e ferrovias que cortam a cidade é uma marca do processo de ocupação do solo gonçalense, e Rio do Ouro é um exemplo disso.
Seu desenvolvimento começou à margem esquerda da estrada, onde funcionava a cerâmica Rio do Ouro, produtora de manilhas. Com a ida de Itaipu para Niterói o bairro passou fazer parte tanto do município de Niterói quanto de São Gonçalo.
*Tribobó:
a localidade que deu origem ao bairro era composta por vários riachos, além da lagoa do Capote.
Tornou-se o mais importante centro de avicultura do estado do Rio de Janeiro, o que levou a criação da Cooperativa Avícola de São Gonçalo.
Todo esse progresso fez com que o lugarejo, chamado Tribobó, ficasse popular e fosse elevado a bairro.
*Várzea das Moças:
Esse surgiu com a construção das casas dos operários de uma fábrica de manilhas e telhas, do tipo Marselhesa, instalada na Fazenda Ipiíba de Malheiros.
Com as posteriores alterações nos limites de Niterói e São Gonçalo, o bairro passou a fazer parte de ambas as cidades.
* Vista Alegre:
O seu processo de ocupação foi iniciado com a construção da Vila Operária para os empregados da Cerâmica Vista Alegre; antes de se tornar bairro, a localidade era caracterizada pela produção de louças e mosaicos.
*Porto do Rosa:
O curioso nome do bairro é herança da antiga Olaria Porto do Rosa, localizada na fazenda do Capitão Antônio José de Souza Rosa.
A porteira de sua propriedade ficava próxima ao local onde eram empilhadas as mercadorias que chegavam e partiam do porto, o que a transformou em ponto de referência para os moradores da redondeza e para os barqueiros e comerciantes.
A localidade ficou assim conhecida como Porto do Rosa, e assim foi reconhecida pela Câmara de Vereadores.
*Neves:
Este é outro bairro cuja origem remete ao funcionamento no local de um porto.
Localizado num ponto estratégico por estar próximo as cidades de Niterói e Rio de Janeiro, o Porto de Neves promovia um escoamento facilitado de toda a produção oriunda de São Gonçalo.
Ali foi construído o Mercado Público Cônego Goulart, criado para atender à demanda de mercadorias de diversos setores.
Porém o grande volume de peixe trazido de todo o litoral gonçalense e revendido no mercado fazia com que o mesmo parecesse um local exclusivo de venda de peixes.
*Patronato:
Essa inicialmente a localidade conhecida pelo nome da fazenda que ali havia: “Fazenda Jacaré”, propriedade do Barão de São Gonçalo.
Em 1948, foi denominada Vila Éden. Mais tarde, após a construção do Patronato de Menores, foi denominada Patronato.
*Porto Novo:
E assim como o bairro Patronato, Porto Novo originou-se a partir do desmembramento da Fazenda Jacaré, do Barão de São Gonçalo.
*Vila Lage:
Bem antes de ser conhecida pelo nome “Vila Lage”, a área em que se consolidou o futuro bairro era chamada de “Vila Operária”.
A vila de casas geminadas foi construída a mando de uma fábrica local para que ali seus funcionários pudessem morar.
Posteriormente, em 1942, a comunidade recebeu o Clube Social Vila Lage, trazendo consigo grande prestígio e orgulho aos habitantes locais.
As reformas diferenciadas das casas promoveram a descaracterização da vila, processo iniciado ao final do século XX.
*Zé Garoto:
A sua história está vinculada à existência de uma pessoa em particular, o imigrante português José Alves de Azevedo, que aos dez anos de idade chegou à São Gonçalo.
Muito popular entre a população local, o português era carinhosamente chamado de “Zé Garoto” (Zé por causa de seu nome, José, e Garoto porque era comum chamar meninos desta forma).
Já adulto, Zé Garoto trabalhava como comerciante. Possuía um armazém onde hoje é o prédio do Antigo Fórum da cidade; suas terras englobavam a área em que hoje encontramos a Escola Estadual Nilo Peçanha e a principal praça da cidade, a Praça Professora Estephania de Carvalho, conhecida popularmente como Praça do Zé Garoto.
Entre o armazém e o espaço onde hoje ficam a escola e a praça havia o Largo (do Zé Garoto), ponto obrigatório do bonde com destino à Alcântara.
Curiosidades sobre a cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro:
* As histórias do Santo "São Gonçalo":
Primeira História de São Gonçalo:
São Gonçalo é um santo português com culto permitido pelo papa Júlio III em 24 de abril de 1551.
Nascido em Tagilde no ano de 1187, estudou rudimentos com um devoto sacerdote. Depois, frequentou a escola arquiepiscopal em Braga. Após ordenado sacerdote, foi nomeado pároco de São Paio de Vizela e foi a Roma e Jerusalém.
No regresso, São Gonçalo passou por um período de busca interior e encontrou na experiência popular a maneira de converter pecadores.
Para converter as prostitutas, ele se vestia de mulher, tocava viola e dançava alegremente, apesar de pregos no sapato, o que feria seus pés.
O santo zelava pela virtuosidade das mulheres; organizava, para elas, danças nos dias de sábado até se cansarem.
Ele entendia que as mulheres que participassem dessas danças aos sábados não cairiam em tentação no domingo.
Quando vigário de São Paio de Vizela, fez vários casamentos de mulheres que perderam a virgindade.
Pregou e operou supostos milagres por todo o norte de Portugal. Sobre o rio Tâmega construiu uma ponte.
São Gonçalo morreu no dia 10 de janeiro de 1259 em Amarante, no Douro, à margem direita do rio Tâmega, em Portugal. Após sua morte, passou a ser protetor dos violeiros, remédio contra as enchentes, além de casamenteiro.
Diz a lenda que a mulher que tocar com alguma parte do corpo o túmulo do santo, em Portugal, terá casamento garantido dentro de, no máximo, um ano.
A dança inventada por ele continuou sendo realizada por diversos grupos que além de festejar o santo, pagam promessas feitas a ele.
A devoção ao santo no povoado Mussuca, na cidade de Laranjeiras, Sergipe, é feita de maneira alegre, ao som de duas violas; dois cavaquinhos; uma caixa (tocada pelo patrão do grupo, Sr. Sales, 59 anos e 20 de São Gonçalo) e dois pules (instrumento musical feito de bambu).
Além dos tocadores, participam os dançadores (em número de oito em pagamento de promessa, podia aumentar, dependendo da ocasião) e a mariposa, mulher que segura a imagem do santo em um barco, visto que na Mussuca, acredita-se que o santo tenha sido marinheiro em virtude da vinculação de sua vida ao mar ou a rio Tâmega.
Segunda História
Beato Gonçalo de Amarante São Gonçalo é o santo português que, sobretudo no Norte de Portugal, goza da maior devoção, logo depois de Santo Antônio de Lisboa.
Na sua História Eclesiástica de Portugal, o Padre Miguel de Oliveira diz apenas o seguinte:
S. Gonçalo de Amarante que se supõe falecido a 10 de Janeiro de 1259; o seu culto foi permitido pelo Papa Júlio III (24 de Abril de 1551) e confirmado por Pio IV (1561); Clemente X estendeu o ofício e a Missa a toda a Ordem dominicana (1671)».
Terá sido São Gonçalo uma invenção posta ao serviço de uma qualquer ideia ou propósito, ou podemos perceber o percurso da sua devoção ou do seu culto?
O mais antigo documento que se refere a São Gonçalo, é um testamento de 18 de Maio de 1279 em que uma tal Maria Johannis lega os seus bens à Igreja de São Gonçalo de Amarante.
Quer dizer, uns 20 anos depois da morte de São Gonçalo existia uma igreja dita de São Gonçalo de Amarante.
E há outros documentos... e escritos sobre a figura de São Gonçalo e o seu culto.
Na biografia oficial de São Gonçalo, apresentada como tal a partir do Flos Sanctorum de 1513, não há dúvidas:
Gonçalo, nasceu em Tagilde, estudou rudimentos com um devoto sacerdote e frequentou depois a escola arquiepiscopal de Braga.
Ordenado sacerdote foi nomeado pároco de São Paio de Vizela.
Depois foi a Roma e posteriormente a Jerusalém; no seu regresso vendo-se desapossado do seu benefício prosseguiu um caminho de busca interior já anteriormente encetado, depois foi a experiência da vida eremítica, a pregação popular, e logo caiu na ambiência mendicante da época, após o que se faria dominicano.
As coisas não são assim tão lineares. De qualquer modo, tenha sido padre diocesano, cónego de Santa Maria em Guimarães, beneditino ou dominicano, tenha - quase por certo - passado de uma a outra condição, nenhuma destas hipóteses esbate a riqueza e o vigor da sua figura.
Fonte: Braga, Maria Nelma Carvalho. O município de São Gonçalo e sua história. Niterói: Edição Independente, 2006.
As atividades econômicas de São Gonçalo são marcadas pela diversidade.
Atualmente temos em nossas terras o funcionamento de importantes fábricas, a produção de diferentes produtos agrícolas e muitas empresas de comércio e prestação de serviços.
A história nos revela quão intensa já era economia gonçalense ainda nos tempos de fundação do que viria a ser uma grande cidade.
O pau-brasil foi o primeiro produto explorado, seguido da cana-de-açúcar e do café. Na primeira metade do século XX, nosso setor agrícola direcionou seu foco para a fruticultura, horticultura e floricultura.
Já na segunda metade do mesmo século, São Gonçalo ganha destaque na economia regional pelo seu robusto parque industrial.
Neste período a agricultura e a indústria eram, juntas, as responsáveis pela metade da arrecadação de taxas e impostos para a economia do estado do Rio de Janeiro, auxiliadas também pela pesca, pecuária e avicultura.
*Agricultura
No início do século XIX, a economia gonçalense era predominantemente agrícola.
Além do açúcar, principal produto gonçalense, havia também a produção de aguardente, frutas (principalmente a laranja), pau-brasil, café, especiarias e alguns produtos manufaturados. Neste período começam a surgir algumas indústrias de produção em pequena escala.
A primeira década do século XX foi particularmente importante para a agricultura gonçalense, sendo considerado pela inspeção do Ministério da Agricultura como um dos municípios com maior desenvolvimento agrícola e como o primeiro no setor de fruticultura.
Em 1909 e 1910 a colheita de grãos como feijão e milho era intensa; em 1920 fomos um dos maiores produtores de laranja, goiaba e abacaxi.
O café e depois a laranja assumiram na economia gonçalense o papel que antes tivera o açúcar, e tornaram-se os principais produtos de exportação.
Cabe destacar aqui o êxito na produção desses dois produtos.
- A Laranja
Introduzido no Brasil em 1531 por Martim Afonso de Souza, o cultivo da laranja foi bem-sucedido em São Gonçalo.
Neste aspecto a cidade competia com Nova Iguaçu, conhecida na época como “Califórnia Brasileira”.
Em 1924 a Associação de Fruticultores de São Gonçalo construiu o primeiro Pavilhão para a Seleção de Laranjas, cujo destino era a Argentina e Europa.
Havia também o Pavilhão de Beneficiamento de Laranjas, onde atualmente encontramos o Quartel do 7º Batalhão da Polícia Militar, em Alcântara.
Este pavilhão realizava a lavagem, a seleção e o encaixotamento das diversas espécies de laranjas que seriam vendidas para outros municípios do estado.
De forma geral, a citricultura teve grande importância, sendo durante muito tempo o maior mercado de exportação de São Gonçalo; no entanto a dificuldade de realizar exportações durante a II Guerra Mundial resultou no declínio deste mercado.
Importantes figuras históricas deixaram depoimentos sobre o impacto do cultivo da laranja em terras gonçalenses. Segue abaixo alguns trechos:
Palavras do botânico francês Auguste de Saint-Hilaire que passou por São Gonçalo em agosto de 1818:
“Nos arredores da Praia Grande vê-se um grande número de plantações de laranjeiras.
O terreno quente e arenoso dessa zona convém perfeitamente a esses vegetais que estavam na ocasião cobertos de frutos, dos quais saboreei deliciosos da espécie chamada seleta.
Vi também, nessa zona, alguns campos de mandioca e muita hortaliça, tal como couves, feijões e melancias”
*Palavras do Dr. Luiz Palmier presentes na página 118 do livro “São Gonçalo Cinquentenário”:
“A laranja é para São Gonçalo o que o cacau é para a Bahia, o café para São Paulo, o algodão para o Nordeste, a cana-de-açúcar para Pernambuco ou Campos e a própria laranja para a Califórnia ou Nova Iguaçu.
Por isso mesmo, tanto quanto o Município de Nova Iguaçu, o Município de São Gonçalo pode ser chamado de a Califórnia Brasileira.”
- O Café
A maior riqueza do Brasil desde o século XIX até a metade do século XX, o café não teve sua capacidade produtiva explorada logo de início.
Em 1731 o sargento-mor Francisco de Mello Palheta levou ao Pará, vinda da Guiana Francesa, algumas mudas da rubiácea para enfeitar jardins, e esta foi sua finalidade durante décadas.
Em 1762, o desembargador João Alberto de Castello Branco trouxe mudas de café para o Rio de Janeiro, vindo do Maranhão, e as plantou na Chácara dos Barbadinhos, na rua dos Barbonos (atual rua Evaristo da Veiga), no Centro do Rio de Janeiro.
Desta chácara saíram as primeiras sementes de café para Resende e São Gonçalo.
De São Gonçalo o café espalhou-se pela Província Fluminense, despertando preocupação entre os senhores de engenhos de açúcar e a consequente luta entre estes e os cafeicultores.
O cultivo do café de fato se manteve em São Gonçalo nas duas últimas décadas do século XVIII e início do século XIX, no entanto, os produtores de cana-de-açúcar foram aos poucos “empurrando” o cultivo do café, que passou para Itaboraí e Magé, subindo a Serra do Mar, dominando o Vale do Paraíba e fixando-se definitivamente em São Paulo, tendo passado também por Minas Gerais. Eis aqui trechos de relatos feitos sobre o cultivo do café:
*Palavras de Costa Neves, em “Histórias Singelas do Café”
“De São Gonçalo o café se espalhou por todo o interior do Estado do Rio de Janeiro (Friburgo, Bom Jardim, Cantagalo, Cordeiro, etc...), e de Resende irradiou-se, seguindo o vale do rio Paraíba, pelo sul de Minas Gerais, Em 1780, pelo nordeste de São Paulo, em 1782.”
*Palavras de Figura de Almeida, em seu livro “História Fluminense” (página 97, primeiro volume).
“Tão logo ali chegou o café vindo de São Gonçalo, sesmaria de certo Gonçalo Coelho, às margens do Guaxindiba, onde edificou igreja em hora do Santo de seu nome e veio a ser sucessivamente paróquia (10/02/1647), Vila (22/09/1890) e finalmente cidade.
” É válido destacar que Figueira de Almeida equivocou-se ao falar de Gonçalo Coelho como fundador da cidade em lugar de Gonçalo Gonçalves.
No século XX a produção de verduras e flores nas chácaras da cidade também era abundante – São Gonçalo foi o lugar que mais fornecedor de rosas para o Rio de Janeiro.
Esse fenômeno durou apenas duas décadas, e na década de 60 as chácaras não davam conta sequer do abastecimento do mercado local.
Em 1972 os bairros de Monjolos, Laranjal, Vista Alegre, Santa Isabel, Sacramento, Rio do Ouro, Maria Paula e Colubandê ainda mantinham uma produção permanente de banana, laranja, limão e manga, e outra temporária de mandioca, milho, abacaxi, tomate e cana-de-açúcar.
O Censo do ano 2000 constatou que as lavouras permanentes da cidade eram aquelas produtoras de banana, laranja, limão, maracujá, caqui, coco-da-baía, mamão, manga e tangerina, e as temporárias eram de cana-de-açúcar, feijão, milho e mandioca.
*Pecuária e Avicultura
A pecuária teve uma contribuição pequena para o índice de produtividade do município. Concentravam-se no 2º e no 3º distrito os rebanhos existentes em São Gonçalo, tendo destaque o rebanho bovino para produção de leite.
Já a avicultura teve um desempenho melhor. Em 1940 recebemos o título de “Primeiro Produtor de Aves e Ovos do País” durante a exposição avícola realizada em Petrópolis. Participaram da premiação as granjas Alcântara, Pará, Nazaré e Marajó.
*Pesca
A venda do pescado encontrado no litoral gonçalense contribuiu amplamente para produção de divisas para a cidade.
O sucesso do setor pesqueiro foi tamanho que motivou a construção, em 1916, do Mercado Público Cônego Goulart, ao lado da Estrada de Ferro Maricá, em Neves.
O mercado era local de compra e venda dos mais diversos produtos, porém, acabou ficando conhecido como pela venda do peixe por ser o produto mais vendido em suas “barracas”. Mesmo com sua transferência para a Avenida Presidente Kennedy, o mercado permaneceu como “Mercado de Peixe” (atual Centro Popular de São Gonçalo)
Foram muitas as indústrias de conserva de peixes instaladas em nossa cidade, das quais destacaram-se: Rubi, Piracema, União, Galo, Pescado, Netuno, Ondina, Orleans (situadas nos bairros Gradim e Neves), e a Coqueiro (situada no bairro Porto Velho).
Esta última foi a que mais se destacou, tendo seus produtos comercializados em diversos estados do Brasil.
Foi vendida na década de 1990 para a Indústria Quaker, mantendo as atividades bem-sucedidas da tradicional Coqueiro.
*Indústria
São Gonçalo vivenciou na década de 1930 o início da construção de seu pujante parque industrial e nas duas décadas seguintes foi considerado o mais importante município do estado e um dos mais bem-conceituados do país, uma vez que era responsável por mais da metade da arrecadação total dos impostos do Rio de Janeiro.
As décadas de 40 e 50 marcaram o auge da produção industrial na cidade.
Nos anos 40 predominavam as cerâmicas de telhas e tijolos, em especial nos distritos de São Gonçalo (sede) e Ipiíba.
Quanto à década de 50, dados estatísticos de 1954 revelam que a cidade manteve seu lugar de destaque possuindo setenta fábricas com atividades das mais diversificadas: metalurgia, transformação de materiais não-metálicos (cimento, cerâmica e outros), farmacêutica; além da produção de papel e produtos alimentícios.
A quantidade e pluralidade de suas indústrias que possuía na época conferiu a São Gonçalo o imponente apelido de “Manchester Fluminense”, em referência à importante cidade industrial da Inglaterra. Dentre elas destacaram-se as seguintes:
• Acieira Martins:
situada em Neves. Contava com um forno aquecidos a gás e dois outros aquecidos a óleo, e fabricava produtos para o Exército Brasileiro, dentre eles barras, rebites, vigamentos e perfis (peças) especiais.
• Balprensa Comércio e Indústria de Ferro:
localizada no Porto Novo (rua João Manoel, 803).
• Café Serrador:
situava-se na rua Coronel Serrado. Era uma indústria de moagem e empacotamento de café. Suas atividades foram encerradas na década de 1960.
• Cerâmica Esperança:
fundada em 10 de maio de 1942. Propriedade do Sr. José Maria Nanci.
• Cerâmica Eureca:
construída no bairro Zé Garoto (rua Doutor Francisco Portela).
• Cerâmica Porto do Rosa:
situava-se no Porto do Rosa, próxima ao litoral. Fundada em 20 de janeiro de 1941, a famosa “Cerâmica do Rosa” era a mais antiga das cerâmicas e a maior em produção.
• Cerâmica Rio do Ouro:
fábrica de manilhas, de propriedade do Sr. J.P. Pinheiro.
• Cerâmica Santa Emília:
situava-se no Rodo de São Gonçalo. Era responsável pela fabricação de telhas, manilhas, tijolos comuns, furados e refratários.
• Cerâmica Vista Alegre:
localizava-se em Rio do Ouro. Produzia louças, ladrilhos e mosaicos.
• Companhia Brasileira Produtos de Pesca S.A.:
situada no Gradim (rua Cruzeiro do Sul, 01). Atua no ramo da conserva de sardinhas.
• Companhia Brasileira de Fósforos:
construída em Neves. Responsável pela fabricação do fósforo Sol, foi vendida posteriormente para a Indústria HIME.
• Companhia Brasileira de Usinas Metalúrgicas (CBUM):
situada em Neves; criada após a transferência de concessão da famosa Usina de Neves, propriedade do Loyde Brasileiro, ao grupo HIME em 1920.
A usina possuía dois fornos de aço, uma laminação de ferro e uma caldeiraria de ferro e cerâmica, que produziam produtos como vergalhões, cantoneiras, barras de ferro, ferro gusa e rebites, vendidos no Brasil e no exterior. Inovou, sendo a primeira a produzir parafusos na América Latina.
• Companhia Eletroquímica Fluminense situada em Alcântara (rua Dar Alfredo Backer, 566, às margens do rio Alcântara).
Fundada em 20 de junho de 1933 a Eletroquímica Fluminense era a única do país no setor.
Produzia cloro, hidrogênio e soda cáustica, matérias-primas específicas para fábricas de sabão, tecidos e inseticidas – estas fábricas eram abastecidas com produtos importados, porém, com a escassez dos mesmos, fez-se necessária a construção de uma indústria como a Eletroquímica Fluminense para atender a demanda nacional.
É importante destacar seu pioneirismo no uso do processo hidroelétrico no ambiente fabril; atualmente está desativada.
• Companhia Fiat Lux:
situava-se em Neves (rua Padre Marcelino, 106 e 109, quando esta ainda fazia parte do território gonçalense). Fabricante de fósforos das marcas Fiat-Lux e Olho, contava também com fábricas em São Paulo e Pernambuco.
• Companhia Industrial de Papéis Alcântara:
fundada em 13 de março de 1945. Possuía filial em Magé, reflexo de sua grande expansão. Hoje está desativada.
• Companhia Mabra de Importação e Exportação:
Criada em 1947.
• Companhia Matadouro São Gonçalo: construída no Gradim (rua Visconde de Itaúna).
Criada em 1915, pelo governo municipal, a companhia era responsável pela matança de bovinos e suínos; prestava seus serviços ao comércio privado através de contrato. Deixou de pertencer à Prefeitura em 1933.
• Companhia Nacional de Cimento Portland de Lone Star Cement (Cimento Portland):
situada na Fazenda Guaxindiba, à margem da Baía de Guanabara. Fundada em 1933 e com uma produção diária de 800 toneladas, a companhia era responsável pelos produtos das marcas Mauá e Incor.
Possuía excelentes instalações; um exemplo disso era a usina termoelétrica movida a óleo, construída para que não houvesse alguma paralisação das máquinas em caso de falta de energia elétrica.
Com o objetivo de facilitar o escoamento e o transporte de seus produtos a empresa também construiu uma linha férrea e um canal, diretamente do rio Guaxindiba: a Estrada de Ferro Industrial e o Canal Guaxindiba, respectivamente.
O calcário utilizado na produção do cimento era retirado da Bacia Calcária de São José; quando esta matéria-prima se tornou escassa na localidade a produção de cimento foi transferida para o município de Cantagalo e São Gonçalo era responsável apenas pela produção de argamassa.
• Companhia Nacional de Explosivos de Segurança S.A.:
Situada na Fazenda Monte Raso; fabricava dinamite.
• Companhia S.A. Internacional do Brasil:
Localiza-se em Neves (avenida Paiva). Fundada em 1927, a companhia produzia tintas e vernizes a serem utilizados como proteção contra corrosão em embarcações.
Passou por um processo de modernização e atualmente se chama Indústria de Tintas Internacional.
• Companhia Vidreira do Brasil (COVIBRA)
• Condal Indústria e Comércio:
construída em Neves (rua Floriano Peixoto, 2370) em 1959, a Condal era uma fábrica de brinquedos e máscaras de propriedade de Armando Valles Castanye.
• Curtume Zoológico São Sebastião:
Localizava-se no Gradim (atual avenida Washington Luiz). De propriedade do Sr. Rosendo Rica Marcos, produzia em 1930 couro de primeira qualidade, após o couro curtido. Foi extinto em 1937.
• Custódio Rangel Pires Cia. Ltda.:
Construída em Monjolos; produzia material plástico.
• Estâncias Hidrominerais:
São Gonçalo e Itaí.
• Fábrica Estrela:
Localizava-se na travessa Rocha,80. Fundada em 16 de março de 1941, por Eugênio Simões, produzia ombreiras e entretela.
• Fábrica de Ampolas:
Situava-se em Neves (rua Oliveira Botelho).
• Fábrica de Artefatos em Cimento Armado:
Foi fundada em 9 de fevereiro de 1941. Fabricava muros de cimento armado, paralelepípedos e meios-fios.
• Fábrica de Artigos Pirotécnicos:
Seu dono era o Sr. João Pinto dos Santos; suas atividades foram encerradas em 1937
• Fábrica de Bebidas Ron Merino:
Lcalizava-se em Neves (travessa São Gonçalo).
• Fábrica de Bebidas e Doces Benvindo Torres Brandão:
Situava-se no Gradim (rua Visconde do Itaúna, números 7 e 9). Foi criada em 1913 pelo Sr. Benvindo Torres Brandão.
• Fábrica de Brinquedos:
Fama, Fênix e White.
• Fábrica de Chocolate Guanabara
• Fábrica de Conservas Ondina:
Construída em Neves (rua Barão de São Gonçalo, 311).
• Fábrica de Conserva de Peixes Piracema :
Fundada em 1940 pela família Galego, ficava na rua Manoel Duarte.
• Fábrica de Doces (outras):
Triunfo (Neves), Regina, São Gonçalo (Gradim) e Neves.
• Fábrica de Doces Sublime:
Situava-se no bairro Sete Pontes (rua Carlos Magno Barreto). Fundada em 8 de junho de 1941.
• Fábrica de Goiabada:
Situava-se em Neves (rua Floriano Peixoto).
• Fábrica de Fogos Santo Antônio:
Situava-se em Neves (rua Oliveira Botelho, 1.638). Fundada em 10 de maio de 1942, fabricava fogos de artifício.
• Fábrica de Formicidas:
Localizava-se em Neves. Era uma indústria de pequeno porte, produtora do inseticida Tank.
• Fábrica de Manufaturados de Chumbo:
Localizava-se em Neves e pertencia ao Coronel Serrado.
• Fábrica de Móveis:
Construída em Neves (rua Maurício de Abreu) por José Garcia.
• Fábrica de Papelão Fluminense:
Situava-se em Tribobó (avenida Funed Moisés).
• Fábrica de Produtos Farmacêuticos
• Fábrica de Silicato de Sódio S.A.:
Localizava-se no Porto da Madama (rua Comandante Ari Parreiras, 1.381).
• Firmas (outras):
Muniz Moreira e A. Martins Mendes.
• Firma Irmãos Seves:
Construída em Neves (rua Floriano Peixoto,105). Era uma fábrica de massas alimentícias e foi fundada em ano anterior a 1938.
• Fundição Francisco Rocha:
Situava-se no 1º Distrito. Criada antes de 1930, foi a primeira indústria no município a fabricar caldeiras.
• Fundição Palmares:
Localizada em Neves (rua Oliveira Botelho). Era uma indústria do setor metalúrgico.
• Gesso Fluminense:
Localizava-se onde atualmente é o bairro Barracão.
• Hermógenes Liare e Filhos:
Produtora de tijolos refratários construída em Neves (travessa Fatori).
• Indústria Eduardo Duvivier e Dagoberto LeweK.
• Indústrias Reunidas:
Construída na localidade de Calaboca. De propriedade do Sr. Antônio Magalhães, a fábrica realizava a moagem de feldspato.
• Indústrias Reunidas Mauá:
Localizava-se em Neves (rua Oliveira Botelho, 67). Fundada em 5 de outubro de 1941, a fábrica de vidros e porcelanas também produzia vidro neutro, sendo a única do ramo em toda a América do Sul.
• Indústrias Reunidas de Pesca S.A. Netuno:
Situava-se no Gradim (rua Visconde de Itaúna, 545). Fundada em 22 de novembro de 1941, foi a primeira indústria do município no ramo da conserva de peixes.
• Indústria de Adubos Fertilimar Ltda.:
Localizava-se no Jardim Catarina. Fechou as portas na década de 1950 diante da acusação de poluição ambiental.
• Indústria de Cerâmica Fatore:
Localiza-se no Vila Lage. Fundada em 29 de junho de 1941 por Sr. J. Malaca, a indústria produzia tijolos, telhas, filtros de barro e refratários.
Anos mais tarde passou às mãos da Firma Hermógenes Luiz e Filhos.
• Indústrias de Conserva Coqueiro:
Localizada no bairro Porto Velho, a “Coqueiro” foi fundada em 1937 e sua marca ganhou projeção no estado do Rio de Janeiro e no Brasil.
Iniciou suas atividades produzindo sardinhas em conservas, evoluindo para a produção de farinha de peixe e atum em conserva.
Posteriormente passou a produzir também as próprias embalagens de seus produtos – sendo a única no ramo, na época.
Foi vendida para a Indústria Quaker Produtos Alimentícios na década de 1990; no entanto seus produtos em conservas permanecem com suas marcas de origem e são vendidos em todo o país.
• Indústria de Conservas de Peixe (outras):
Orleans e União.
• Indústria de Conserva Tagore:
Situava-se em Neves, no porto da Vala. Foi fundada em 12 de janeiro de 1941.
• Loyde Brasileiro:
Situada em Neves (antiga rua do Prado, atual rua Oliveira Botelho).
A então maior empresa de navegação da América Latina foi fundada em 22 de novembro de 1988.
Seu proprietário era o Sr. Artur Silveira da Mota, o Barão de Jaceguai, que precisou de autorização do governo imperial para manter a empresa.
Com o fim da monarquia (15/11/1989), a autorização foi mantida pelo governo Republicano através de decreto assinado pelo Presidente Marechal Deodoro da Fonseca.
• Olaria Manoel Gaspar:
Fabricava tijolos maciços e foi fechada em 1942.
• Olaria Poliese:
Situava-se no bairro Camarão (travessa Maria Fonseca). Fabricava tijolos e pertencia ao Sr. Camilo Poliese.
• Pedreira Anhanguera:
Indústria de pedra britada. Funcionou até 1997 no bairro Rocha.
• Pedreira Estrela:
localizava-se no bairro Anaia e foi extinta em 1970.
• Pedreiras Fluminense e Carioca:
Produziam pedra de brita e derivados, como o pó-de-pedra.
• Pedreira Galo Branco:
Construída no bairro Galo Branco e funcionou até 1996.
• Pedreiras Setenco e Viúva Amazonas:
Foi construída no lugar onde atualmente fica o bairro Novo México.
• Polindústria S.A.:
Construída na rua Nilo Peçanha. Era uma fábrica de produtos químicos e óleos cítricos essenciais, fundada antes de 1938.
• Marinho e Ferreira:
Situada no bairro Porto da Pedra (rua Abílio José de Matos, 101). Fundada em 5 de janeiro de 1941, atuava como refinadora e distribuidora de sal grosso e refinado.
• Tamancaria Couto:
Localizava-se em Neves (rua Oliveira Botelho).
• Tarragó, Martinez e Cia. Ltda.:
Situava-se no Porto Velho (avenida Cândido de Faria, 195, próximo a Praia do Coqueiro).
Fundada por José Emílio Tarragó, iniciou suas atividades produzindo sucos e licores; mudou de ramo posteriormente, criando a Indústria de Conserva de Sardinha Coqueiro.
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