Imóveis para alugar Gonzaga, Santos
Conheça o bairro Gonzaga, Santos e as oportunidades imobiliárias na região
Gonzaga está situado na cidade de Santos, as ruas na área onde temos mais opções de imóveis para Aluguel, são: Avenida Presidente Wilson, Rua José Caballero, Avenida General Francisco Glicério, Rua Tocantins, Avenida Ana Costa, Avenida Marechal Floriano Peixoto, Avenida Washington Luís, Avenida Ana Costa - de 342 ao fim - lado par, Rua Pasteur, Avenida Vicente de Carvalho, Rua Doutor Galeão Carvalhal, Rua Doutor Luís Suplicy, Rua Bahia.
Apartamentos para alugar Gonzaga, Santos
O município de Santos é uma cidade litorânea que está localizada no estado de São Paulo na região da Baixada Santista. Santos conta com uma população estimada em 434.742 habitantes conforme o último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano de 2018. E tem sua área total territorial avaliada em 280,674 km² tendo como cidades vizinhas de limite: Bertioga, Guarujá, São Vicente e Cubatão.
Santos é a maior cidade do litoral paulista e conta com 7 km de praia e justamente por ser uma cidade litorânea as temperaturas médias, em dias normais, variam de 20° graus de mínima a 30° graus de máxima. O município é muito arborizado, cheia de palmeiras e amendoeiras, ótima para morar repleto da natureza.
A economia na cidade de Santos conta com o maior porto da América Latina que é o principal responsável pelo capital do município juntamente ao lado do turismo, como já dito. Por lá que passam ou saem todas as mercadorias que cruzam os continentes e chegam até a população. A cidade já ocupou a 5ª colocação entre as não capitais mais importantes para a economia brasileira e a 10ª colocação em relação a qualidade de vida.
Santos ainda conta com diversas universidades e colégios públicos e privados e no quesito saúde disponibiliza um Hospital geral, UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), assim como clinicas particulares. O transporte na cidade é urbano e público, além de intermunicipal, para cidades que não precisam subir a serra, mas também conta com balsas para travessias, que são um dos meios amis usados pela população.
Morar em Santos é para quem deseja estar em crescimento e a evolução já que a cidade tem um capital ativo por conta do portuário, por ser ecológico e cultural e receber diversas pessoas em sua alta temporada, gerando renda, além de muitos universitários em busca de ótimos cursos.
Ou seja, se você deseja alugar um imóvel na cidade de Santos saiba que os que são mais oferecidos são os apartamentos, principalmente os próximos ao mar, e eles se encontram em sua maior parte em um dos melhores bairros da cidade, o Gonzaga, por isso, saiba abaixo alguns tipos de apartamentos para alugar e os detalhes que você encontrará por lá.
Conheça algumas caraterísticas de apartamentos para alugar no bairro Gonzaga na cidade de Santos:
Exemplos:
Apartamento 1:
Apartamento para alugar com 04 dormitórios, vista para o mar, com área de 135m² encontrado na Orla da Avenida Presidente Wilson. Imóvel com 04 dormitórios sendo 01 suíte, com vista panorâmica, reformado, com piso, pintura e banheiros novos. Todas as instalações, elétrica e água, foram refeitas.
Imóvel em ótima localização e com ampla sala com entrada social e cozinha americana, sol no período da manhã e da tarde. Quartos amplos com pé direito alto e terraço, muito arejado, com ventilação cruzada. Conta com ambientes integrados, armário embutido, cozinha americana, gás encanado, hall de entrada, janela de alumínio, janela grande, lavabo, porcelanato, sala grande com ventilação e vista panorâmica para o mar.
O Gonzaga é um bairro nobre da cidade de Santos. A Praça da Independência, situada no Gonzaga é um ponto de referência do bairro, local onde são feitas manifestações, apresentações e comemorações. O bairro do Gonzaga, fica delimitado pela orla da praia, os canais 2 e 3, e pela Avenida Francisco Glicério.
Apartamento para alugar entre R$5.500,00 a R$6.000,00 por mês
Apartamento 2:
Apartamento para alugar com 01 dormitório e área de 56m². Imóvel encontrado no edifício Legend Residence, no contra piso, novo e em prédio residencial com lazer, segurança e conforto.
Conta com acessibilidade universal, acesso para deficientes, água aquecimento elétrico, aquecimento a gás, aquecimento solar, ar condicionado, área do terreno, bicicletário, brinquedoteca, central de limpeza e governança. Churrasqueira, elevador, esgoto, esquina, estacionamento rotativo, estrada asfaltada, forro rebaixado, gás encanado, gerador gourmet, guias e sarjetas, iluminação pública, instalações para internet.
Além de jardim, lan house, lavanderia coletiva, medição de água individualizada, piscina aquecida adulto/infantil, playground, portão eletrônico, portaria 24h, rua asfaltada, sala fitness, salão de festas, salão de jogos, sauna seca e úmida, sistema de incêndio, sistema de segurança, solarium, tv a cabo e vaga para automóveis.
O melhor bairro e o melhor lugar que você sempre sonhou em morar. Com arquitetura surpreendente, este é sem dúvida o imóvel que todo mundo procura. Então venha desfrutar suas emoções nesse empreendimento fantástico que ele proporciona pra você, com toda a comodidade para o seu lazer.
O edifício possui espaço gourmet pra fazer aquele churrasquinho com os amigos. Pois é isso tudo o que você precisa. Não perca tempo e adquira já o seu imóvel nesta bela cidade. O residencial é um dos com a melhor localização da cidade de Santos e com os melhores serviços. Uma ótima opção de investimento ou moradia para você.
Se você busca qualidade de vida e segurança é aqui que você irá encontrar, venha morar com a sua família.
Apartamento para alugar entre R$2.000,00 a R$2.500,00 por mês
Apartamento 3:
Apartamento para alugar com área de 80m². Imóvel com 02 quartos com suíte, cozinha integrada à sala, fogão embutido, cooktop e coifa já instalados, quarto de hóspede convertido em extensão para sala, mas com porta de correr que permite utilizar como quarto se desejar, ar condicionado em cada cômodo (03 aparelhos), fechamento vidro varanda.
Além de área técnica otimizada para armazenamento, móveis planejados de marcenaria com compensado naval/ cozinha / varandas/ quarto com dois armários, piso vinílico de madeira, banheiros com box, revestimento porcelanato e nicho, aquecedor gás digital instalado.
O imóvel está em ótima localização próximo a farmácias, supermercados, colégios, faculdades, bancos e até do shopping center da cidade. Perfeito para morar com a família e ter toda a estrutura necessária de um ótimo município litorâneo.
Os edifícios que imóveis assim são encontrados tem sempre total qualidade e segurança, além de oferecer vastas opções de conforto e lazer para o bem-estar de todos. More com conforto, segurança e qualidade, viva em um bairro seguro e próximo a praias de toda a cidade, além de todas outros disponibilidades que você possa precisar.
Apartamento para alugar entre R$4.000,00 a R$4.500,00 por mês
Apartamento 4:
Apartamento para locação com área de 177m². Imóvel conta com 02 suítes, sala ampla de 02 ambientes, varanda gourmet com churrasqueira e belíssima vista, cozinha com móveis planejados, banheiros com box blindex, ar condicionado nos dormitórios e 03 vagas para automóveis na garagem demarcada.
O condomínio residencial onde o imóvel se encontra conta com incrível lazer para você e toda sua família: playground, sauna úmida, salão de festas, sala de ginástica, piscina adulto e piscina infantil.
Apartamento de alto padrão localizado no bairro do Gonzaga, com sala para dois ambientes com piso porcelanato, 2 suítes planejadas com piso em madeira, cozinha planejada com piso porcelanato, coifa, geladeira duplex, cooktop, micro-ondas, lavandeira com sapateira, máquina de lavar roupas e depósito.
O Imóvel é um investimento com enorme potencial de custo benefício e retorno, por estar a poucos metros do centro da cidade de Santos e com a espetacular vista para o mar. Uma oportunidade de que não pode ser perdida, perfeita para morar com a família.
Qualidade, conforto e comodidade você encontra na cidade de Santos, que dispõe de ótimos recursos e boa localização para você e sua família poderem ter a moradia dos sonhos em uma cidade litorânea.
Apartamento para alugar entre R$6.500,00 a R$7.000,00 por mês
Apartamento 5:
Apartamento para locação com 02 dormitórios e área de 72 m². Imóvel sofisticado e elegante encontrado no Residencial Unlimited Ocean Front com charme e requinte, tendo 02 dormitórios sendo 01 suíte, mobiliado e com 02 vaga para automóveis na garagem.
Maravilhosa vista para o mar, o apartamento encontra- se repleto de armários embutidos inclusive na lavanderia. O Residencial Unlimited Ocean Front encontra-se localizado entre os canais 1 e 2, cinematográfico, belíssima vista orla, várias e extensas piscinas de raia, piscina de hidro, churrasqueira, extensa área de lazer, longue, belíssimo e amplo salão de festas, academia de primeira qualidade, sala de jogos adulto e infantil, padrão Miami.
Imóvel pronto para morar em um bairro que dá nome à praia frente à qual se localiza. O bairro é eminentemente residencial, apesar de concentrar um bom número de estabelecimentos comerciais (restaurantes, bares, comércio varejista variado, supermercados). Também abriga numerosos estabelecimentos hoteleiros (pequenos hotéis, pousadas e pensões), confirmando sua vocação turística e a proximidade da praia. Além disso, já possuiu um campus da Universidade Católica de Santos (UNISANTOS).
Apartamento para alugar entre R$6.500,00 a R$7.000,00 por mês
Observação: Todos esses imóveis estão com preços cotados para a data de 30/08/2019, podendo então variar de valor sem aviso prévio e são de total responsabilidade do anunciante.
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O bairro do Gonzaga é considerado área nobre da cidade de Santos, em São Paulo. A Praça da Independência, situada no bairro do Gonzaga é tida como um ponto de referência regional, onde são feitas as manifestações, apresentações e comemorações.
O bairro do Gonzaga, fica deparado pela orla da praia, nos canais 2 e 3, e pela Avenida Francisco Glicério. Seus principais atrativos são três shoppings, sorveterias, a Praça da Independência, lojas, cinemas, galerias, comércio em geral e diversos restaurantes.
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Um dos mais belos bairros da cidade, o Gonzaga é o destino de muitos que buscam um passeio agradável. É o bairro da Praça Independência, da av, Ana Costa, dos shoppings e das galerias. Gonzaga é sinônimo de lazer, compras, boa gastronomia e da própria memória da cidade. Afinal, são 120 anos de história.
Parece mesmo um lugar mágico. Tem de tudo nas ruas do Gonzaga, mais precisamente no trecho final da Avenida Ana Costa, onde se reúnem pessoas das mais variadas idades, filosofias, categorias, classes sociais e manias.
Os resultados da diversidade são os mais inusitados: você tanto pode levar uma pedrada, sem saber quem o agrediu, ou deparar com alguém nu, em pleno inverno, andando displicentemente...
Pois é, todos querem ir ao Gonzaga, porque lá estão os melhores cinemas, livrarias, bares e restaurantes. Junta tanta gente que não há melhor lugar para se exibir a pele bronzeada ou o novo namorado.
Prédios? Ah, esses ocupam ruas inteiras, e com isso o bairro fica na sombra e com a circulação de ar comprometida. E mais: estão sendo construídos edifícios só para instalação de escritórios, o que significa a consolidação enquanto centro prestador de serviços.
O comércio, que surgiu em função da população turística, se fortalece, e o presidente do Clube dos Diretores Lojistas, Paulo Sérgio Marques, não tem dúvidas: em dois anos, o Gonzaga superará o Centro em termos de volume de vendas. Diante disso, fica cada vez mais difícil acreditar que tudo começou em fins do século XIX, quando foi criada uma linha de bondes puxados a muares...
Parece incrível, mas onde hoje fica a Praça da Independência havia uma lagoa e a atual Rua Marcíio Dias era cortada por um rio. Gente como Santa Maria Crixi Martire, 92 anos de idade, e Jacira Vaz de Oliveira Manzullo, nascida no Gonzaga há 177 anos, estão aí para provar. E vão mais longe: lembram até que o Chico Mentira ajudou a calçar a área e que houve uma festança na inauguração da praça, em 1922.
Pois é: tempo em que o bairro era praticamente inabitado, embora o trecho final da Avenida Ana Costa já se traduzisse como um dos pontos mais valorizados da orla da praia, centro de turismo e local predileto de passeio dos santistas.
Muitas árvores, vida sadia e a criançada se divertia jogando bolinha de gude ou pulando corda. Se não, ficavam admirando a beleza dos palacetes de Azevedo Júnior e Freitas Guimarães.
Dona Santa Maria aperta os olhos, observa o amontoado de prédios à sua volta e relembra as chácaras de japoneses e os lampiões a gás. Essa mulher de sorriso aberto e fala macia ajudou a desbravar a Praça da Sé, como diz o filho, e em 1917, fugindo da gripe espanhola, veio parar no Gonzaga, com o marido Domingos Martire.
Morou primeiro na Floriano Peixoto, depois se transferiu para a Euclides da Cunha e hoje ocupa um casarão na Rua Alagoas, 6. Volta e meia se reúne com os filhos Caetano, Carmem, Emílio, Sebastião e com a amiga Jacira para recordar coisas de outras épocas, como as leiterias da Rua Pasteur e a da dona Matilde, que ficava bem perto de sua casa, na Rua Euclides da Cunha, 54.
No carnaval, muitas fantasias e corso na Avenida Ana Costa - Um mês antes do carnaval, blocos desfilavam em meio a muita zoeira, com instrumentos improvisados, recolhendo
dinheiro para comprar fantasias. E todos contribuíam, pois queriam ver engrandecidos os tradicionais corsos realizados no final da Avenida Ana Costa. Só se via gente fantasiada, com língua-de-sogra na boca e lança-perfume na mão.
Que sucesso os Martire fizeram naquele ano em que saíram vestidos de palhaços, todos de vermelho! Eram 18 pessoas em um único carro e formou-se tal amontoado que só de perto se podia distinguir as figuras.
As festas de São João que a família organizava também marcaram época: faziam enormes fogueiras e, entre 22 horas e meia-noite, soltavam balões e muitos fogos. A vizinhança se acomodava em banquinhos, em frente às casas, e ficava assistindo, olhos arregalados.
Para as crianças, melhor que isso só jogar futebol no campo do União, entre as ruas Alagoas e Pernambuco, se estendendo para os lados do Canal 2. Se o local estava ocupado, o jeito era optar pelo campinho de hoje, Praça Fernandes Pacheco.
Na hora de fazer compras, a Casa Bahia, do Adriano Lopes, era uma boa alternativa. Os filhos Maneco, Adrianinho, Pedro, Zeca e Arthur estão aí para provar que o armazém de secos e molhados do pai foi o primeiro do Gonzaga, que vive seus últimos dias. A tradicional casa vai fechar e com ela desaparecerá um pouco da história do bairro.
Pirajá Oliveira, que morou 43 anos no Gonzaga, ainda lamenta que casas como aquelas das famílias Freixo e Baccarat tenham desaparecido para dar lugar a prédios. Ele que jogou bola no campo do União, na Praça Fernandes Pacheco, e frequentou o Bar Bristol ao menos pode matar saudades revendo velhas fotografias tiradas pelo pai.
Cassinos, parques, boemia e o movimento que nunca parava - Na orla da praia, o movimento sempre foi maior. Cabinas de banho chegaram a funcionar na faixa de areia, mas logo foram substituídas por casas bem equipadas, como a Balneária, Netuno, Jabaquara e Sereia.
Zulmira Manzullo ainda se lembra das baetas, trajes de banho feitos em tecido azul marinho, franzidos na cintura e com babadinhos abaixo do joelho. Acompanhava uma touca do mesmo tecido. A partir de 1930, os maiôs invadem as praias, só que, é evidente, bem diferentes dos que se conhece hoje...
Os hotéis, imaginem, mantinham orquestras para tocar durante o almoço e jantar. Isso mesmo, orquestra com piano, violino, violoncelo, flauta e tudo mais. Era assim no Hotel Parque Balneário, no Hotel Atlântico, Avenida Palace, Bandeirantes e Belvedere.
Mas essa atração nem se comparava com o interesse despertado pelo jogo, que corria solto no Parque Balneário e no Hotel Atlântico. Antônio da Costa Lima, que trabalhou vários anos no primeiro, mal consegue descrever o que significava um dia de casa cheia. E até hoje não se conforma de o prédio ter sido demolido. Relembra o Salão Dourado, o Salão de Mármore, a boate com forro em seda, e diz cabisbaixo: "O fim do Parque Balneário mexeu comigo. Doeu".
E quanta falta não fazem também os parques de diversão com cavalinhos de pau e rodas gigantes, que eram instalados onde hoje ficam as galerias 5ª Avenida (o local também foi sede do Cine Atlântico) e Independência. Lá se apresentavam grandes companhias de teatro e Cacilda Becker foi uma das revelações da época.
Cinemas havia vários, entre eles o Belezinha do Gonzaga, na Rua Marcílio Dias, o Cassino, o Atlântico e o Gonzaga. E olhem o detalhe: os tetos não eram fixos e em dias de calor ficavam abertos. Entre uma cena e outra, se podia admirar a lua e as estrelas...
A movimentação não parava nem de madrugada. Pelo contrário, parecia até crescer com a chegada dos boêmios. No Bar do Atlântico, os políticos traçavam grandes jogadas e decidiam o destino do mundo, como se costuma dizer até hoje.
Quem queria encontrar Patrícia Galvão, Plínio Marcos, Paulo Lara, Narciso de Andrade e Roldão Mendes Rosa bastava procurar no Bar Regina. Só saíam de lá pelas tantas, quando o dia já estava raiando. Às vezes a conversa voltava a ficar animada do lado de fora e o grupo seguia a pé, até o Restaurante Almeida, no começo da Avenida Ana Costa, para terminar o assunto lá.
O Gonzaga tinha até uma estação de bonde, no centro do trecho final da Avenida Ana Costa, e ônibus para São Paulo partiam a todo momento, da Rua Goitacazes com Praça da Independência. Na calçada do Parque Balneário e do Atlântico acontecia o que se chamava de footing: os homens parados, formando corredor, e as mulheres desfilando no meio...
Quatro horas da madrugada, o Restaurante São Paulo (que ficava mais ou menos onde é hoje a Farmácia Iporanga, na Praça da Independência) estava sempre lotado. A porta, por nunca ser fechada, acabou estragando. Hoje, instalado na Rua Carlos Afonseca, o proprietário Ernesto Rodrigues recorda entre gargalhadas uma madrugada daquelas: um homem, apressado para entrar no banheiro, não se conformou com a demora do outro e desferiu dois tiros para o ar.
O pobre coitado que estava dentro se assustou e saiu desprevenido, do jeito que se encontrava, correndo entre as mesas. A reação dos presentes foi imediata: palmas e um sonoro eeeeeeeeeee...
Eles contam como era o Gonzaga antigamente e trazem de volta velhas histórias.
Enumerar problemas do Gonzaga parece até ironia se for comparada a situação desse bairro com a de outros da Zona Noroeste, que concentram favelas, não têm redes de esgoto ou vias pavimentadas. Mas, guardadas as devidas proporções, ninguém aguenta mais enfrentar certas situações incompatíveis com uma zona turística.
As enchentes não são daquelas de obrigar morador a sair correndo de casa, como no Bom Retiro ou Jardim Castelo, mas conseguem deixar intransitáveis vias como Galeão Carvalhal, Carlos Afonseca, Timbiras, Jorge Tibiriçá, Djalma Dutra, Othon Feliciano, Floriano Peixoto, Marechal Deodoro e Avenida Ana Costa.
Os comerciantes da Rua Othon Feliciano já fizeram até um abaixo-assinado pedindo providências, em administrações anteriores. Desde então, ouvem promessas de recuperação das galerias pluviais e os poucos serviços de desobstrução que foram realizados deram em nada. As inundações continuam.
E mais: não é difícil andar pelo Gonzaga e conseguir uma torção do pé, porque na maior parte das ruas as calçadas estão esburacadas ou tomadas por material de construção. A Prefeitura não exerce fiscalização severa, os abusos dos construtores são muitos e os pedestres obrigados a disputar as ruas com os carros.
Isso sem contar que alguns bares acumulam cadeiras e mesas nas calçadas, sem se preocuparem com os transtornos que ocasionam. E os ambulantes, vendedores de doces e bijuterias? Esses nem se conta, parecem plenamente integrados à paisagem do bairro.
Com chuva ou sem ela, vias como Floriano Peixoto, Marcílio Dias, Goitacazes, Fernão Dias, Mário Carpenter e Bahia ostentam água e lama fétida junto aos passeios. E que ninguém fique surpreendido se estiver observando uma vitrine e de repente um jato de água malcheirosa sujar toda a sua roupa!
Eles contam como era o Gonzaga antigamente e trazem de volta velhas histórias eles contam como era o Gonzaga antigamente e trazem de volta velhas histórias
Eles contam como era o Gonzaga antigamente e trazem de volta velhas histórias
E o que dizer das praças? Basta observar que a mais tradicional de todas, a da Independência, bem no centro de toda a movimentação, guarda uma história de muito abandono. Quem consegue enfrentar os carros sempre velozes e chegar até ela se decepciona: até mato cresce entre uma lajota e outra.
O piso irregular e encardido fica cheio de poças de água quando chove, os jardins permanecem sem manutenção e as floreiras quebradas. As figuras que compõem o monumento estão esverdeadas de tão sujas, e as faixas afixadas entre os postes de iluminação representam mais do que um aspecto de desleixo: são um desrespeito.
A antiga Fonte Luminosa da Praça das Bandeiras vive cheia de limo e papel. E a Praça Fernandes Pacheco, de praça mesmo só tem o nome: é cercada por muros e abriga uma escola municipal.
Muitos prédios nesse bairro que se consolida como centro comercial e de serviços (Foto cedida por Alfredo Vasques)
Muitos prédios nesse bairro que se consolida como centro comercial e de serviços.
Quase 30 mil habitantes.
Domingo, 20 de junho, se comemora o Dia do Gonzaga, bairro que é delimitado por quatro das principais avenidas de Santos. Francisco Glicério, Washington Luís, Presidente Wilson e Bernardino de Campos.
Ocupa uma área de 130 hectares e sua população, que era de 21.852 pessoas em 1970, passou para 27.972 em 1980, segundo estimativas da Prodesan.
O Censo de 1970 (estatística mais recente de que se dispõe) revelou a existência de 1.665 lotes ocupados e 65 vagos. Havia na época 9.996 unidades residenciais; 617 de serviço; 462 comerciais; e 72 industriais.
As sombras vão aumentar pelos lados da Rua Floriano Peixoto. O antigo Mercado Particular do Gonzaga vai desaparecer para dar lugar a prédios.
A tradição se perde, novos blocos de concreto surgem para encobrir o sol, mas quem se importa? Os edifícios abrigarão lojas e escritórios e todos querem manter instalações do tipo no Gonzaga, que se consolida como centro comercial e de serviços.
Pois não é que o Gonzaga ganhará até uma agência do Banco do Brasil? Ocupará o pavimento térreo do prédio em construção na Rua Cláudio Doneaux com Avenida Ana Costa, ficando o restante da edificação livre para a instalação de escritórios. E só escritórios é o que terá também o edifício 489 da Avenida Ana Costa, em fase de conclusão.
Grandes bancos abrem agências no bairro e o Lar Brasileiro preferiu até fechar a do Centro. As cadernetas de poupança APE e Bamerindus optaram pelo Gonzaga e a Caixa Econômica Estadual já comprou um terreno na Rua Galeão Carvalhal para ampliar suas instalações.
A Federal está lá desde o ano passado, pagando uma fortuna pelo aluguel da enorme casa que foi sede do Clube XV, na Avenida Presidente Wilson com Rua Marcílio Dias.
Nem mesmo o famoso Bar do Atlântico resistiu aos novos tempos. Depois de permanecer fechado vários meses, passa por reformas para se transformar em ponto de venda da C & A, uma das maiores redes de venda de roupas do mundo, com sede na Holanda.
Ruas antes tipicamente residenciais começam a ser ocupadas por butiques, bares, academias de ginástica e centros estéticos. E o presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Gonzaga, Paulo Sérgio Marques, não tem dúvidas: em dois anos o Gonzaga superará o Centro em termos de volume de vendas do comércio.
Como se explica que isso aconteça justamente no Gonzaga? Pois bem: um pequeno centro comercial surgiu em função da população turística.
Com o decorrer do tempo, a população urbana e regional cresceu, um número cada vez maior de pessoas se incorporou ao processo de consumo e o Gonzaga passou a ser uma opção de comércio mais sofisticado.
O Gonzaga desenvolveu-se na medida em que o Centro passou a ser requisitado para atender à população de baixa renda, já que se localiza em área diretamente ligada, em termos de acesso, a Vicente de Carvalho e Cubatão.
Mas as mudanças não pararam aí: de repente, o Gonzaga estava de tal forma equipado e movimentado que começou a atrair casas mais populares. Hoje está rompida a barreira de preços entre Centro e Gonzaga e não existe mais o tal "cliente especial" do bairro.
Puxar rede na praia, uma cena que desapareceu do dia-a-dia (Foto cedida por José Carlos Silvares)
Puxar rede na praia, uma cena que desapareceu do dia-a-dia.
No botequim do velho Gonzaga, o começo de tudo - Saiba que essa história toda, de um comércio cada vez mais forte, começa com Antônio Luiz Gonzaga, que morava na barra, na chácara de George Holden. Muito esperto, não perdeu tempo: quando os trilhos da Empresa de Bondes Vila Mathias atravessaram a chácara, montou um botequim no trajeto.
Não demorou muito e o boteco ficou conhecido como Ponto do Gonzaga, pois lá os passageiros se abrigavam do sol e da chuva e deixavam encomendas. Até que os letreiros dos próprios veículos acabaram indicando apenas Gonzaga. Todos que por lá passavam costumavam dizer que iam ao Gonzaga e não à praia. Pronto: o bairro estava batizado.
Entre todas as praias de Santos, a do Gonzaga foi a pioneira no serviço de transporte coletivo. A linha de bondes puxados a muares, ligando ao Centro, foi inaugurada a 14 de abril de 1889. Às 11 horas, sete bondes partiram para a viagem inaugural, sendo que o primeiro e o último transportavam bandas de música. A festa continuou até à noite e não se cobrou passagem: cada um pagava o que queria.
Os bondinhos deram outra vivacidade ao arrabalde, que se tornou o centro de passeios dos santistas, principalmente aos domingos e feriados. O uso das praias começou justamente no Gonzaga, logo surgiram os primeiros hotéis e condições para se fazer turismo.
Na década de 20 já funcionavam na orla da praia o Parque Balneário Hotel e o Atlântico Hotel, ambos emoldurando o final da Avenida Ana Costa, localização mais valorizada da época. Chácaras de veraneio dão lugar a palacetes luxuosos, de frente para o mar.
Por volta dos anos 30, famílias nobres passam a habitar, em caráter permanente, entre o Gonzaga e o Boqueirão, mais precisamente entre a Avenida Ana Costa e a Avenida Conselheiro Nébias, área que ficou conhecida como Vila Rica.
Enquanto os quarteirões litorâneos concentravam os palacetes, hotéis e cassinos, em ruas perpendiculares e paralelas se fixam famílias de classe média. Na Rua Floriano Peixoto aparecem as primeiras construções de dois pavimentos.
No final da década de 40 o turismo já é intenso e os palacetes dos barões do café, quem diria, são quase todos pensões. E se as mudanças foram tantas nesse período, imagine-se a partir de 1955, quando já se vivia em clima de corrida imobiliária...
Ao mesmo tempo em que o Gonzaga se impõe como centro prestador de serviços, vê valorizada a sua função residencial. As novas construções cumprem as duas funções e não é à toa que todos os edifícios residenciais da Praça da Independência abrigam estabelecimentos comerciais, bancários e outros no andar térreo. E mais: o bairro centraliza todo tipo de serviço
que se poderia prestar à população flutuante, como cinemas, bares, restaurantes, hotéis e butiques das mais luxuosas.
Hoje é isso aí que se vê, e um exemplo basta para retratar a nova situação: em 1943, o Edifício Olga foi projetado para abrigar 117 apartamentos e um restaurante, no térreo. Permaneceu inacabado por 23 anos e, na década passada, entregue à população, não como um prédio de apartamentos, mas como um conjunto de escritórios.
A magia de quem cresce e acata tudo e todos:
De repente, alguém solta um palavrão, sai correndo e derruba meia dúzia de distraídos. Ninguém estranha ou se assusta muito. É fim de semana no Gonzaga e, mais do que nunca, tudo pode e acontece.
Basta observar: pessoas das mais diferentes idades, filosofias, categorias e manias circulam por lá, e talvez por isso se perceba no ar uma estranha magia. Se numa esquina alguém recebe um elogio, na outra pode ser surpreendido por um desaforo. É o resultado da variedade: ninguém está livre de nada.
Quando passa uma mulher coberta de joias, os mendigos, que não são poucos, aproveitam para estender a mão. Altas horas da madrugada, menores abandonados fazem investidas contra os frequentadores de bares, pedindo sanduíches. Se não, tentam conseguir um copo com água e açúcar, e vão dormir na Praça da Independência. Resta a ilusão de que a barriga está cheia.
No Gonzaga, é permitido andar e tocar flauta no meio da rua, sem correr o perigo de ser chamado de louco. Quem quer mostrar a roupa nova, o corte de cabelo ou a pele bronzeada, vai para lá. Quem pretende se divertir sem pagar nada, também: encosta displicentemente em um poste (ninguém dirá que isso é feio) e fica só olhando o que acontece à volta. Cuidado apenas com os cachorros, pois há muitos rondando e deixando para trás as marcas de sua passagem.
Não há melhor lugar para se panfletar, vender jornal independente ou bijuteria e anunciar shows, debates e bailes. Vale até usar megafone, mas como o som nem sempre é dos melhores, o pessoal prefere aproveitar o potencial vocal.
As pessoas da esquerda (ou pseudo-esquerda, como dizem alguns) estão sempre nos bares anunciando que a proletarização da classe média surge como o grande problema nacional. Não faltam críticas a ministros e militares, todos ficam na expectativa da reconquista da autonomia.
Jovens não faltam e eles se encarregaram de apelidar o bairro de Gonza - um jeito carinhoso de se referir a esse lugar que abriga qualquer um, democraticamente.
Os rapazes de cabelos parafinados e as meninas de calças justas e botas ficam sentados na escadaria do Shopping Center. O que menos importa são as lojas lá dentro, coloridas, com vitrinas convidativas. Deixam para visitá-las de dia; à noite preferem apreciar o movimento, conversar e encontrar alguém para dividir um refrigerante.
O chamado 'ponto do Gonzaga', numa época em que a avenida não era pavimentada (imagem de cartão postal da época)
O chamado ponto do Gonzaga, numa época em que a avenida não era pavimentada
Motos com escapamento aberto infernizam qualquer um. Menos o motorista, que fica satisfeito porque, ao menos por alguns momentos, vira o centro das atenções. E se a máquina for mesmo possante, não faltarão meninas ao seu redor quando estacionar em frente ao Café Atlântico. Todos param para exibir suas Hondas, Yamahas e Suzukis ali e, às vezes, junta tanta gente que parece ter havido briga ou algum problema mais sério.
Não há fim de semana sem movimento no Gonzaga. Também, pudera, os atrativos são muitos: cinemas, galerias, fliperamas, cafés, livrarias, hotéis de primeira, comércio anunciando a última moda, jogatina e tudo mais que se pode descobrir. E por falar em descobrir, o João continua exibindo todos os domingos, na Feira do Verde do Posto Independência, o Bonsai, uma árvore que consegue manter com apenas 60 centímetros! Atenção: não tem preço, porque ele não vende por dinheiro algum.
E por estranho que pareça, o Gonzaga é um lugar de muita gente e de solitários. Depois da meia-noite, o Pop está assim, cheio de gente só. São pessoas que bebem muita cerveja, estão sempre com as feições contraídas, tiram cigarros amassados dos bolsos e recordam velhos sucessos de Lupicínio Rodrigues. A voz não sai muito clara, porque a cabeça fica caída sobre o ombro ou segura pela mão trêmula.
Se alguém quiser bater um papo pode procurar o Hamilton ou o Maurice. o Aluísio prefere ouvir, se mantém calado. Bernardino Rodrigues, o Cavanhaque, é outro mito do Gonzaga. Nunca se nega a conversar, mas volta e meia retorna ao mesmo assunto e fica culpando a Igreja por todos os males do mundo.
Vá se entender essa gente do Gonzaga! Ou melhor, vá se entender esse bairro onde já se viram coisas como um homem nu subir no monumento da Independência e mulheres nuas circularem de motocicleta em torno da praça. E nessa Praça da Independência, onde se comemora as vitórias do Brasil no futebol, um protesto bem particular de Maurice: noite
chuvosa, começou a xingar os irmãos Andradas e intimá-los a descer lá do alto para ver como está o mundo cá embaixo...
Um dos mais belos bairros da cidade, o Gonzaga é o destino de muitos que buscam um passeio agradável e daqueles que diariamente vão e vêm do trabalho. É o bairro da Praça da Independência, da avenida Ana Costa, dos shoppings e das galerias. O Gonzaga é sinônimo de lazer, compras, boa gastronomia e da própria memória da cidade. Afinal, são 120 anos de história.
A história do bairro do Gonzaga, em Santos, que neste domingo faz aniversário, começou na rua Marcílio Dias onde um comerciante chamado Luiz Antonio Gonzaga tinha um bar e o local era ponto de referência para os bondes que ligavam as praias ao centro.
Doutora em história, a professora Cida Franco conta que o bar virou ponto para os passageiros. "As pessoas que passavam por lá diziam: É ali perto do Gonzaga, vou descer próximo ao Gonzaga. E assim o bairro ganhou esse nome. O bar servia também para as pessoas se abrigarem do sol ou da chuva".
Com avenidas, shoppings, e hotéis que fazem parte do cotidiano da cidade, o Gonzaga representa o cartão-postal de Santos. Sem falar das praias. Uma paisagem que contagia quem passa pelo calçadão, com um toque histórico do bonde e da Praça das Bandeiras.
"Quando as praias começam a ser frequentadas pelos moradores e turistas, os comércios e grandes restaurantes começam a surgir. Esse é um dos motivos que o local oferece: boa gastronomia e variedade do comércio", ressalta a historiadora. Ela lembra que o bairro já foi considerado uma verdadeira Cinelândia, pois reunia os melhores cinemas da cidade.
O bairro é conhecido como um lugar em que as pessoas buscam entretenimento, cultura, boa comida, moda e, é claro, alegria. Quando o time do Santos ganha algum campeonato, a comemoração acontece na praça da Independência, que já virou ponto de encontro dos torcedores do peixe.
Completando 120 anos, no coração da cidade, vivem cerca de 25 mil moradores e mais de mil comerciantes que disputam clientes e turistas que passam pelo Gonzaga. "É um bairro que deixa a gente à vontade, como se estivesse em casa. Sabemos que a nossa cidade é linda, mas o Gonzaga nunca vai perder o trono”, finaliza.
Ponto de referência e de encontro no Gonzaga, a Praça da Independência impressiona pela beleza e imponência do Monumento aos Andradas. No entanto, poucos dos que passam por ele constantemente param para pensar em seus significados.
Inaugurado em 1921, o monumento idealizado pelo historiador e ex-diretor do Museu Paulista, Affonso d'Escragnolle Taunay, e composto por esculturas de Antoine Sartorio, é uma homenagem aos irmãos José Bonifácio, Martim Francisco e Antonio Carlos de Andrada e Silva, personalidades santistas de grande importância na história do Brasil.
Propositalmente de costas para a praia e voltado para o interior, o monumento representa a emancipação do Brasil de Portugal, com representações de várias cenas históricas do processo de Independência em que os irmãos Andrada estiveram envolvidos. Embaixo de cada escultura, inscrições explicam cada um desses momentos. A grande obra, construída em granito e bronze, é sustentada por escadarias que simbolizam a sedimentação e a evolução do país a partir de sua autonomia.
Você já se imaginou dono de uma propriedade avaliada em milhões de reais e não poder dispor de um centavo deste patrimônio? Pois é o que está acontecendo com o empresário Armando Lopes, proprietário de um imóvel com 30 mil m² de área construída, em terreno de 40 mil m² na praça Rotary, atrás do Shopping Parque Balneário, em pleno coração do Gonzaga.
O imóvel, que faz frente para as ruas Carlos Afonseca e Fernão Dias, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) há cerca de 15 anos e, desde então, começaram as dores de cabeça de Lopes, que adquiriu a propriedade nos anos 70 e a manteve alugada por 27 anos para a Diretoria Regional da Saúde - DIR/19, da Secretaria de Estado da Saúde. O prédio foi desocupado há mais de uma década e, a partir daí, não teve mais destinação comercial definida por ser um bem tomado.
O principal argumento do Condepasa é que se trata do último bloco remanescente do antigo Parque Balneário Hotel, complexo hoteleiro e turístico demolido nos anos 70. Segundo consta no processo de tombamento, o prédio tem linhas neoclássicas semelhantes ao conjunto principal, apesar de não ter o mesmo requinte. Já Armando alega constar do processo o fato de o ex-presidente Washington Luis ter dormido ali uma noite no longínquo ano de 1935. "Esse anexo foi construído nos anos 40! Era uma edícula usada como lavanderia e aposentos dos empregados".
Edícula, propriamente, é exagero. A propriedade, de seis pavimentos e 48 dormitórios, está localizada em uma das áreas mais cobiçadas por empresas e grupos empresariais, mas, como imóvel tombado, há uma série de restrições para o uso, pois uma simples alteração necessita de análise e aprovação do Condepasa, o que, segundo o empresário, cria obstáculos para a locação. "Para instalar um simples aparelho de ar-condicionado é preciso enviar um projeto para o Condepasa", protesta Armando.
A presidente do órgão, Eliane Elias Mateus, confirma esta exigência, mas depende do caso. "Se for na parte externa, com risco de descaracterizar a fachada, é preciso".
Pendenga judicial - A briga judicial entre Armando Lopes e a Prefeitura de Santos vem se arrastando há anos e já rendeu caixas e caixas de documentos. A Prefeitura está executando uma dívida de mais de R$ 1 milhão de IPTU atrasado, negociada com o empresário, que vem pagando parcela mensal superior a R$ 7 mil.
Armando, por sua vez, informa ter ganho ação de ressarcimento pelo tombamento no valor de R$ 4 milhões, valor estimado com base em hipotético aluguel que o proprietário deixou de ganhar em todos esses anos. "Hoje, estaria em torno de R$ 150 mil mensais. Esta ação está em vias de ser executada, pois não cabe mais recurso à Prefeitura". Ele também acionou a Prefeitura, responsabilizando-a pelo tempo de abandono do imóvel.
A dívida de mais de R$ 1 milhão corresponde à cobrança de IPTU nos dois primeiros anos seguintes ao tombamento. Depois disso, o imóvel recebeu isenção fiscal, mas o imposto voltou a ser cobrado este ano por falta de manutenção.
Armando justifica: durante anos uma área pertencente à propriedade, na rua Carlos Afonseca, foi alugada para estacionamento e o locatário entrou com pedido de usucapião, sendo concedida liminar judicial.
Como consequência, em 2008 o empresário ficou por dez meses impedido de entrar em sua propriedade, obtendo a reintegração da posse somente no início deste ano. "Fiz uma reforma geral, hidráulica, elétrica, até com intenção de dar um aproveitamento ao lugar. Depredaram e saquearam tudo, roubaram até a calha. Agora, a Prefeitura alega falta de manutenção para voltar a cobrar IPTU".
Armando conta que havia um projeto de transformar o edifício em uma extensão do shopping, ampliando com lojas, flats, restaurantes, mas acabou deixando de lado devido às dificuldades impostas.
"É uma aberração esse tombamento. O prédio nunca foi utilizado como bem cultural da cidade. Tentei ate que fosse ocupado pelo Museu Pele, mas não quiseram". Eliane Mateus contesta: "não é verdade, não há nenhum impedimento para o uso do imóvel. Ele (Armando) apresentou uma proposta de reforma e depois mais nada".
A presidente do Condepasa notificou o empresário por falta de manutenção do prédio e diz ter comunicado ao Ministério Público. Enquanto a pendenga se arrasta com novas apelações e recursos, a cidade vai assistindo à lenta deterioração (telhado quebrado, portas arrebentadas, calhas e quase toda a fiação elétrica retiradas e por ai vai) de um belo prédio em um dos pontos mais valorizados de Santos.
A inspiração veio de Paris, onde no século XIX surgiram as galerias, tendência que se espalhou pelo mundo, modificando as relações entre público e privado no espaço urbano das cidades.
Ao contrário dos centros de compras fechados, são espaços sem barreiras tão definidas, mais acessíveis ao público que garimpa algo para comprar ou apenas as utiliza como passagem para cruzar as quadras. Um modelo de conjunto comercial mais tarde copiado e aperfeiçoado pelos shoppings centers.
Em São Paulo as galerias comerciais surgiram no século passado, tendo como base a ideia francesa e com a intenção de compensar a falta de espaço e aumentar as áreas rentáveis dos prédios residenciais. Com seus usos destinados ao comércio e serviços, muitas delas acabaram por se especializar em algum tipo de produto e ultrapassaram o teto do andar térreo dos edifícios, ganhando novos pavimentos.
Em Santos, a novidade chegou na década de 60, quando a área central era o grande polo comercial da cidade. A primeira foi a Ipiranga, inaugurada em 1964 no térreo de três edifícios geminados: D. Pedro I, D. Pedro II e Jose Bonifácio. A cidade não possuía shopping ainda e logo a galeria virou o point do Gonzaga. "Na época era como um mini shopping", diz Teresa Losada, há 31 anos estabelecida na galeria com uma loja de bolsas e acessórios.
O sucesso foi tanto que logo surgiram outras, também no Gonzaga, que ganhou a característica de bairro das galerias. São cinco em torno ou próximas da praça Independência: Ipiranga, Queiroz Ferreira, Campos Elíseos, 5ª Avenida e Brasil (da rua Floriano Peixoto à rua Marechal Deodoro), além da A.D. Moreira, que liga a rua Floriano Peixoto à avenida Presidente Wilson, na praia. E há até o que parece, mas não é, como o caso do Centro Comercial Nova Azevedo Sodré, que liga a avenida Ana Costa com a rua Bahia.
Esses corredores comerciais que reúnem centenas de lojas com produtos e serviços diversificados contribuíram na transformação do Gonzaga em polo comercial e turístico. E os comerciantes não reclamam: "Apesar de termos também lojas em dois shoppings, nosso ponto forte é a galeria. Aqui temos freguesia tradicional", afirma André Nicola, da Alex Calcados, atualmente com quatro lojas na Galeria Ipiranga, onde a marca esta há 40 anos.
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